Vida curta
PublishNews, Redação, 30/04/2020
Em seu novo romance, Tony Bellotto narra a história de Pedro Dom, jovem que se tornou chefe de uma quadrilha de roubo de residências no Rio dos anos 2000

Para sustentar o vício em cocaína ou simplesmente pela emoção, Pedro Dom passou a roubar. Nascido em 1981 numa família carioca de classe média, aos 20 anos ele já era um assaltante procurado. No romance Dom (Companhia das Letras, 344 pp, R$ 74,90), Tony Bellotto conta não apenas a trajetória de um jovem fora da lei – desde a adolescência até sua morte em 2005, aos 23 anos, quando foi baleado pela polícia –, mas a história de um país marcado por profundas desigualdades sociais, de uma guerra às drogas que parece infinita, de uma máquina estatal cujos agentes corruptos rivalizam com aqueles que já perderam ou estão prestes a perder as esperanças. À medida que descortina o panorama dramático da vida de Pedro, em especial sua relação com o pai – um agente da polícia aposentado que durante anos trabalhou no combate ao tráfico e fez parte do Esquadrão da Morte na ditadura –, a narrativa de Bellotto alcança um ritmo vertiginoso, de impacto profundo.

[30/04/2020 07:00:00]