Administrador judicial alerta: caixa da Saraiva ‘deteriorou-se de forma significativa’ nos últimos 12 meses
PublishNews, Leonardo Neto, 02/04/2020
Em relatório de atividades referente ao mês de fevereiro, administrador judicial aponta que o faturamento da empresa caiu 30,4% em relação ao mesmo mês de 2019. Prejuízo líquido no mês é de R$ 12,4 milhões.

Na esteira da divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2019, o administrador judicial da Saraiva publicou na manhã desta quinta-feira (02) o relatório mensal de atividades (RMA) referente ao mês de fevereiro. Ali estão algumas informações do desempenho da varejista que está em recuperação judicial. No período, a Saraiva apurou receita bruta de R$ 47 milhões. Esse valor é 30,4% menor do que o apresentado em fevereiro de 2019. Desde outubro de 2018, quando entrou com pedido de recuperação judicial, até o fechamento do RMA, a Saraiva tinha fechado 32 lojas físicas. Nesse canal, no de lojas de tijolo e argamassa, a queda do faturamento foi de 13% na mesma base de comparação. Já no canal de e-commerce, o tombo foi de 56,1%.

Em fevereiro, a varejista apresentou prejuízo líquido de R$ 12,4 milhões e lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) negativo em R$ 7,7 milhões.

O tom do relatório apresentado pelo escritório RV3 é de preocupação. “A posição de caixa da recuperanda ao longo dos últimos 12 meses deteriorou-se de forma significativa”, diz o relatório. “Em fevereiro de 2020 o caixa da recuperanda era de R$ 15,1 milhões contra uma posição em fevereiro de 2019 de R$ 77,7 milhões”, completa.

O administrador judicial aponta ainda que a dívida líquida da empresa deu um salto de 167%, alcançando R$ 141 milhões (em fevereiro de 2019, essa linha trazia a cifra de 52,8 milhões).

A consultoria constatou ainda que já há um descolamento nas previsões de faturamento para o ano fiscal de 2020. Isso porque, no plano de recuperação apresentado e aprovado pelos credores havia a previsão de faturamento de R$ 1,1 bilhão ao longo de 2020. A nova estimativa agora é que a empresa chegue aos R$ 600 milhões.

“Em complemento ao cenário relatado acima, a administradora judicial apurou que as restrições impostas às empresas pelas autoridades estaduais e municipais brasileiras por conta da pandemia do covid-19, afetarão de forma substancial as operações da recuperanda, uma vez que todas suas lojas estão fechadas desde o dia 29/03/2020 e ainda sem data prevista de reabertura”, completa o relatório.

[02/04/2020 10:00:00]