Quando uma guerra ou uma inundação chega a um lugar, as pessoas saem. Trina, uma professora de alemão, não. Com Mussolini de um lado e Hitler do outro, ela se vê proibida de lecionar a língua oficial da sua região e toda a população está obrigada a aprender italiano para a revolta dos locais. A insatisfação se intensificaria mais tarde com a decisão da criação de um lago artificial que inundaria suas vilas e casas. De acordo com Marco Balzano, autor de Daqui não saio (Bertrand, 210 pp, R$ 39,90 – Trad.: Ivone Benedetti), a professora teria existido e resistido à inundação da aldeia, subindo ao telhado de sua casa e gritando que ali ficaria. Trina era casada com Erich, um dos manifestantes que liderava o “movimento dos descontentes” com o avanço fascista e as mudanças impostas na região. Com ele, teve um filho e uma filha. Um passeio histórico pelo nazifascismo, a narrativa de Daqui não saio avança pela trajetória de Trina na forma de uma carta escrita à filha, que desapareceu aos 10 anos, levada por tios para Berlim.