O experimental e o ‘antiliterário’ de Clarice Lispector
PublishNews, Redação, 18/06/2019
‘Água viva’ dá continuidade ao projeto da Rocco de realizar edições especiais reproduzindo os manuscritos e datiloscritos originais da autora

Considerado o livro mais misterioso e autobiográfico de Clarice, Água viva (Rocco, 224 pp, R$ 64,90) saiu do prelo em 1973. Mas somente na década de 1980, após a morte da autora, veio a público o fato de a obra ter sido intitulada, originalmente, Objeto gritante. A descoberta se deu graças à tarefa de pesquisadores mergulhados no Arquivo Clarice Lispector da Fundação Casa de Rui Barbosa, que guarda manuscritos, datiloscritos, documentos diversos e fotografias da escritora. Com este pequeno grande livro, Clarice Lispector conseguiu a façanha de descobrir um jeito transformador de escrever sobre si mesma. Um triunfo tão desconcertante que despertou assombro semelhante ao que a jovem autora provocara com sua estreia na ficção, o romance Perto do coração selvagem, de 1943. Um livro refundador da literatura e da própria Clarice, apontam alguns estudiosos da obra da autora. Organizado e prefaciado pelo crítico e pesquisador Pedro Karp Vasquez e com concepção visual e projeto gráfico de Izabel Barreto, este volume apresenta, além da íntegra dos datiloscritos de Objeto gritante, um caderno de ensaios.

Tags: ficção, Rocco
[18/06/2019 07:00:00]