Com a saída de Hubert Alquéres, em 2011, a produção caiu bastante. O último balanço da estatal, referente a 2018, relata que foram produzidos 11 títulos, entre edições e coedições, e vendidos oito mil exemplares, pouco diante dos monumentais lançamentos coletivos que a Imprensa Oficial fazia nos seus áureos tempos. Muitas dessas obras da produção recente, eram livros com forte apelo jurídico, como o caso do livro 1988-2018 – 30 anos da Constituição Federal do Brasil, que reúne artigos de juristas organizados pelos professores Belisário dos Santos Junior e Rafael Valim.
Os escritos foram garimpados em acervos da Fundação Casa de Rui Barbosa, Biblioteca Nacional, Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), Instituto de Estudos Brasileiros e Biblioteca Florestan Fernandes; compilados por Hélio de Seixas Guimarães e Ieda Lebensztayn e compreendem o período que vai de 1908 a 1939. O livro reúne ainda fotografias inéditas em livros da coleção Sebastião Lacerda, do acervo do Instituto Moreira Salles que retratam a época machadiana, além de caricaturas de J. Bosco especialmente compostas para a edição. O livro será lançado no próximo dia 22, às 19h, na Livraria da Imprensa Oficial (Rua XV de Novembro, 318, Centro – São Paulo / SP), que será repaginada especialmente para este lançamento.
“A ideia é voltar com a essência da Editora da Imprensa Oficial”, disse Cecília Scharlach, responsável pelos projetos editoriais da casa, em um encontro que teve com o PublishNews na sede da empresa na Mooca, bairro tradicional da Zona Leste de São Paulo. “Queremos levar ao público o melhor da literatura paulista, livros que alcancem nichos específicos e mais difíceis de se alcançar. É uma obrigação do poder público garantir isso”, completou Nourival.
Está no prelo da editora, além do segundo tomo do livro de Hélio e Ieda que vai compreender o período de 1940 a 2008, um outro que vai reunir fac-símiles de capas e folhas de rosto de diversas primeiras edições da obra de Machado de Assis que compõem o acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Está prevista ainda para esse ano a reedição do Dicionário de Machado de Assis, de Ubiratan Machado, que chegará às livrarias acrescida de 100 novos verbetes sobre o autor. “Em junho agora completa 180 anos de nascimento de Machado de Assis. É nosso papel resgatar a centralidade desse autor”, explica Nourival sobre a presença maciça da obra machadiana no prelo da casa.
Ficará ao cargo da editora também a publicação da Revista da Biblioteca Mário de Andrade. Dois números devem sair em breve: um dedicado a Monteiro Lobato e outro a Clarice Lispector.