O período de volta às aulas não foi lá uma maravilha para o comércio varejista de livros no País. Os números da Nielsen mostram que, entre janeiro e fevereiro, os estabelecimentos monitorados pelo instituto de pesquisa apresentaram queda de 18,81% no faturamento e de 17,95% em volume na comparação com igual período de 2018. Muito dessa queda se explica pela crise enfrentada pelas duas principais redes de livrarias do País e pelo sumiço dos livros didáticos das suas prateleiras. Mas, os livros de literatura infantojuvenil parecem ter cumprido o seu papel nesse Volta às Aulas. Pelo menos, eles foram maioria na Lista Nielsen PublishNews, aquela que apura os livros de autores nacionais mais vendidos em livrarias, lojas de autoatendimento e supermercados monitorados pela Nielsen. Dos 20 títulos que compõem a Lista de Ficção, 13 são infantojuvenis comumente adotados por escolas.

No topo da categoria está A droga da obediência (Moderna / Santillana), de Pedro Bandeira (na foto acima). Menina bonita do laço de fita (Ática / Somos), de Ana Maria Machado, aparece em segundo e a dupla O homem mais inteligente da história (Sextante) e O homem mais feliz da história (Sextante), ambos de Augusto Cury e acostumados a se revezarem no topo da lista, ocuparam as posições de número três e quatro respectivamente.

Além de Pedro Bandeira e Ana Maria Machado, a lista trouxe outros figurões da literatura infantojuvenil, como é o caso de Ruth Rocha, Eva Furnari, Fernando Sabino, José Mauro de Vasconcelos, Lygia Bojunga, Maria José Dupré e Sylvia Orthof, essas duas últimas estreantes na lista.

Outra coisa curiosa da lista são os novos ISBNs para velhos títulos. Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, que pontuou com a edição da Autêntica (o mesmo título só que editado pela José Olympio já havia entrado na lista) é um deles, mas tem também a nova edição do Auto da Compadecida (Nova Fronteira), de Ariano Suassuna, e a edição com a capa do filme do livro Cinderela pop (Galera Record), de Paula Pimenta. No caminho inverso desse movimento, apareceu na lista a edição de Sagarana que compõe a coleção Clássico para Todos, da Nova Fronteira (Ediouro). Deve ter sido um rescaldo de estoques já que os direitos do livro foram para a Global no fim do ano passado e uma nova edição do clássico de Guimarães Rosa chegou às livrarias há pouco, na segunda quinzena de março, portanto, depois do período de apuração da Lista Nielsen PublishNews.

Ainda em Ficção, estrearam A ilha perdida (Ática), de Maria José Dupré; O fantástico mistério de Feiurinha (Moderna / Santillana), de Pedro Bandeira, e Maria-vai-com-as-outras (Ática / Somos), de Sylvia Orthof.

Não Ficção não teve o mesmo frisson do observado em Ficção. No topo da categoria, está Me poupe! (Sextante), de Nathalia Arcuri. Ele é seguido por As aventuras na Netoland com Luccas Neto (Pixel / Ediouro) e Seja foda! (Buzz), de Caio Carneiro. A categoria não apresentou nenhum estreante.

Com esse movimento todo de volta às aulas, a Santillana cresceu no Ranking das Editoras e divide com a Sextante o primeiro lugar. Cada uma delas emplacou seis títulos. A prata ficou dividida entre o Grupo Editorial Record e a Somos Educação, com cinco títulos cada. O bronze ficou entre a Ediouro, a Gente e a Planeta, com três títulos cada. Ainda apareceram na lista: HarperCollins (com dois), Autêntica, Buzz, Casa Lygia Bojunga, Globo, Melhoramentos, Rocco e Vozes (com um título cada).