Saraiva: Receitas e dívidas com fornecedores caem; prejuízo cresce
PublishNews, Redação, 15/08/2018
Varejista divulgou os seus resultados do segundo trimestre do ano e culpa greve de caminhoneiros e Copa do Mundo pelo desempenho ruim no período

Saraiva fecha o segundo trimestre de 2018 no vermelho | © Humberto Sousa
Saraiva fecha o segundo trimestre de 2018 no vermelho | © Humberto Sousa

A Saraiva divulgou, nesta terça-feira (14), os resultados do seu segundo trimestre de 2018 e o que se viu foi queda de 2,2% na receita bruta que fechou o período em R$ 395,3 milhões. No mesmo intervalo do ano passado, a receita bruta ultrapassava R$ 404 milhões. “O efeito da greve dos caminhoneiros, que se estendeu por aproximadamente 10 dias, e o menor fluxo nos dias de jogos da Copa do Mundo impactaram o desempenho do período”, justificou a varejista em relatório distribuído aos seus acionistas e investidores. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) fechou o período negativo em R$ 29,5 milhões, com margem de -8,1%, 7,5 pontos percentuais abaixo da apurada em igual período no ano passado.

No acumulado do ano, a receita bruta totaliza R$ 1 bilhão. Isso representa crescimento de 6,2% em comparação com o primeiro semestre do ano passado, quando a companhia relatou receita bruta de R$ 945,5 milhões. No entanto, houve crescimento das despesas operacionais que saltou de R$ 273,7 milhões em 2017 para R$ 292,2 milhões em 2018. Crescimento de 5,7%. Isso impactou o Ebitda acumulado que fechou o primeiro semestre em R$ 4,9 milhões negativos. Nos seis primeiros meses de 2017, esse índice era positivo em R$ 17,8 milhões.

No relatório, a varejista destaca a melhora de 13,5% da relação capital de giro / receita líquida. Segundo aponta a empresa, o prazo médio de recebimento passou de 63 dias no segundo trimestre de 2017 para 57 dias nesse ano. O prazo médio de cobertura de estoques aumentou 17 dias, passando de 92 para 109 dias, mas, ainda de acordo com a empresa, isso foi compensado pela melhora do prazo de pagamento a fornecedores que aumentou em 25 dias, alcançando 107 dias. No mesmo período do ano passado, esse prazo era de 82 dias.

Ainda sobre as dívidas com fornecedores, o balanço da empresa traz um passivo de R$ 484 milhões com fornecedores. Essa mesma linha no relatório em que apresentou os resultados do primeiro trimestre indicava um passivo de R$ 506,2 milhões, ou seja, a Saraiva tem conseguido, mesmo que de forma tímida, diminuído os seus compromissos com fornecedores.

O relatório destaca que foi aprovada, em assembleia, a distribuição de dividendos no valor de R$ 5,8 milhões aos seus acionistas, referentes a distribuição parcial do dividendo obrigatório retido do exercício social de 2015. Segundo consta na sua página de relacionamento com investidores, a companhia também realizou a distribuição parcial do dividendo obrigatório retido do exercício social de 2015 ano passado, totalizando R$ 4,8 milhões.

A varejista revela ainda o início da operação do seu marketplaces próprio em que lojas parcerias estão vendendo, desde junho passado, seus produtos no site da Saraiva. O novo serviço, informa a empresa, faz parte da sua estratégia de “proporcionar uma experiência completa aos seus clientes com um maior sortimento de produtos” e, claro, de melhorar o aumento de receitas operacionais e melhoria do capital de giro. A Saraiva já fechou acordo com parceiros como a Le Postiche e Ri Happy. Lembrando que a Saraiva já estava vendendo seus produtos em outros ambientes de marketplaces, como é o caso da B2W e do Walmart. Segundo informou aos seus acionistas, 65% das compras realizadas nesse canal foram feitas por consumidores que não eram clientes da casa.

Aqui vale ressaltar que, mais uma vez, as vendas on-line tiveram crescimento. Dos R$ 395 milhões apurados como receita bruta, R$ 151,7 milhões vieram do e-commerce. Ou seja, 38,4% das receitas brutas apuradas pela companhia vieram de suas vendas em ambientes virtuais. Na comparação com o primeiro semestre do ano passado, o crescimento desse canal já é de 19,4%. Já as lojas físicas perderam 1,3% considerando os mesmos parâmetros.

Outlet

Outra novidade que a Saraiva anunciou – desta vez fora do relatório aos seus acionistas – foi a criação de um canal para venda de edições antigas de livros e também de produtos eletrônicos usados e reembalados. Os produtos do seu outlet podem chegar aos seus consumidores com até 80% de desconto. A ponta de estoque de livros conta com centenas de títulos das áreas de literatura, jurídico, ciência e tecnologia, literatura infantil, importados, entre outros. Os volumes, embora sejam de edições antigas, estão em perfeito estado, garante a empresa. Entre os achados estão Elogio da leitura, de Mario Vargas Llosa, de R$ 30,00 por R$ 8,90; Poemas - Col. Saraiva de Bolso, de Stéphane Mallarmé; de R$ 14,90 por R$ 4,90; O cavaleiro dos sete reinos (capa dura), George R. R.Martin, de R$ 54,90 por R$ 30,90; Um amigo especial – Cocoricó, de R$ 30,00 por R$ 6,90 e Mônica(s), de Mauricio de Sousa, de R$ 99,90 por R$ 19,90. Já no outlet de eletrônicos estão itens de marcas como Apple, Samsung, HP, Asus, LG, Dell, Lenovo, Motorola, Microsoft, entre outras. Todos os produtos comercializados na plataforma são testados e higienizados e passam por uma inspeção técnica para garantir suas condições estéticas e funcionais.

** Matéria atualizada às 12h45 do dia 15/08/2018

Tags: Saraiva
[15/08/2018 10:30:00]