Neurocientistas comprovam que audiolivros são mais envolventes do que cinema ou TV
PublishNews, Redação, 28/06/2018
Pesquisa apoiada pela Audible mostra que reações fisiológicas que denotam emoções são mais fortes quando o indivíduo ouve um audiolivro do que quando assiste à mesma cena em vídeo

Um estudo divulgado na última semana pela University College London (UCL) em colaboração com a Audible, empresa sueca de audiolivros, descobriu que os audiolivros são mais envolventes emocionalmente do que cinema ou TV. Os cientistas dizem ter comprovado que o "leitor" de audiolivros consegue se emocionar mais com a adaptação em áudio de um romance do que o equivalente no Netflix.

O estudo, que levou mais de um ano para ficar pronto, explica que as pessoas experimentam reações fisiológicas aumentadas, com respostas mais fortes do coração e do cérebro, quando ouvem audiolivros. Para isso, os cientistas mediram as reações físicas (frequência cardíaca, temperatura corporal e atividade eletrodérmica) de 102 indivíduos com idade entre 18 e 67 anos quando ouviam audiolivros e quando assistiam cenas de livros como A guerra dos tronos, A garota no trem, Orgulho e preconceito, O silêncio dos inocentes, O código Da Vinci, O cão dos Baskervilles e Alien.

O curioso é que quando terminavam o estudo clínico, os participantes passavam por uma entrevista. Nesta fase da pesquisa, boa parte dos participantes dizia que o suporte audiovisual era mais envolvente. No entanto, as reações corporais mostravam exatamente o contrário. A frequência cardíaca e a temperatura corporal aumentaram enquanto ouviam o livro.

Ao The Guardian, Joseph Devlin, principal pesquisador do projeto, disse: "uma das nossas previsões era que ouvir um livro seria um trabalho mais rico do ponto de vista cognitivo porque você, como ouvinte, está envolvido na cocriação da história, usando a sua imaginação. Você está ouvindo a história, mas mentalmente, está fazendo todo o trabalho. Ao passo que, quando você está assistindo, é uma experiência mais passiva. A imaginação do diretor trouxe isso à vida. Nós prevíamos que poderíamos ver algo refletido na fisiologia, mas não esperávamos que os resultados fossem tão claros quanto foram".

Dados da Associação de Editores do Reino Unido mostram que o consumo de audiolivros no país mais do que dobrou entre 2013 e 2017, saltando de 12 milhões de libras em 2013 para 31 milhões, no ano passado.

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[28/06/2018 06:00:00]