Na manhã de hoje, a ANL apresentou o seminário ‘A sociedade do conhecimento e o livro como ferramenta’, em comemoração aos seus 40 anos. Nela, Fábio Assunção, gerente de negócios da GFK traçou um panorama sobre o comportamento do varejo no mercado do livro no Brasil.
Nos dados apresentados e levando em conta o cenário de bens de consumo duráveis, o Livro é o único do grupo, que ainda conta com games console, games softwares e vídeo, que apresenta crescimento no primeiro trimestre de 2018. Em unidades o crescimento é de 10%, e em valor a categoria cresce 9%.
Dentre os segmentos de livros analisados, a categoria que mais cresceu nos últimos meses foi a de HQ, com aumento de 42% nos números de vendas, seguida por 24% de crescimento do segmento Turismo / Lazer / Culinária que representa 3% do mercado.
Analisando os dados regionais, o Sudeste cresceu 3 pp comparando com o primeiro trimestre de 2017 e, assim como o resultado apresentado nas últimas pesquisas mensais da GfK, o canal de vendas Livrarias se consolida representando 92% das vendas de livros, mas segundo os dados analisados, o e-commerce vem ganhando espaço no mercado.
Sobre os livros físicos e e-books, o físico ainda se sustenta representando 99,9% das vendas, porém os e-books merecem destaque apresentando um crescimento significativo de três dígitos ano a ano. “Já o audiobook anda na contramão e ainda não decolou”, completou Fábio.
Em resumo, o cenário é positivo. O varejo on-line ganha participação e a expectativa para o cenário de bens de consumo duráveis é positiva. “Pensando nesse ano, grandes eventos como a Copa do Mundo trazem uma expectativa grande para a venda de livros, também vemos a Black Friday se consolidando cada vez mais, então se o primeiro semestre não for do jeito que queremos, temos outros eventos no segundo que também podem levantar as vendas”, explicou Fábio.
Peter Kronstrom, diretor do Copenhagen Institute for Futures Studies seguiu a programação do dia e falou sobre os dados econômicos do livro e seu futuro. Em sua apresentação frisou que no futuro iremos trabalhar menos, ou seja: “teremos mais tempo para ler”, brincou. Sobre o futuro das livrarias, para ele as barreiras das compras on-line estão sumindo e só quem conseguir integrar os atributos on-line no off-line terá futuro.
Em sua apresentação, Peter também disse algo que parece obvio. "Se o mercado está diminuindo, diminua a produção de títulos", e analisando os gráficos apresentados por ele, só a Alemanha entendeu essa necessidade quando seu mercado teve que encolher. E para se manter, as livrarias têm que achar uma maneira de chegar ao consumidor e se tornar relevante, mesmo num tempo em que a competição com a mídia está mais difícil e o ser humano, cada vez mais individualista.
Seminário ANL
Sobre o evento de hoje, Bernardo Gurbanov, presidente da ANL, se disse contente e satisfeito. "Comemoramos esse aniversário de uma forma que caracteriza essa gestão, fazendo com que empresários e diretores possam ter ferramentas para formular suas estratégias de negócios e que possam pensar o presente e o futuro do livro, com dados e visões mais sólidas. Queremos que eles possam tomar as decisões mais acertadas possíveis para o momento que estamos vivendo".