A Itália é o segundo país mapeado na PubMagNet 2018, série de matérias que é resultado do intercâmbio de informações entre jornalistas, analistas e observadores que formam a rede de mesmo nome cuja reunião anual aconteceu em Oslo no fim de janeiro, com a participação do PublishNews.
Simonetta Pillon e Piera Costantini, ambas da Informazioni Editoriali, representaram o país na reunião. Elas destacaram a injeção de 162 milhões de euros na economia da Cultura por meio do 18app, iniciativa do governo italiano que em alguns aspectos se assemelham ao nosso Vale-Cultura. Cerca de 355 mil jovens que completaram 18 anos em 2016 tiveram acesso a um cartão eletrônico que dava direito a gastar até 500 euros em atividades e produtos culturais durante 2017. Segundo Simonetta, 82% (133 milhões de euros) desse valor foi gasto na compra de livros (98% deles, físicos, e 2% em formato digital).
Um levantamento apresentado por ela mostra que 54% dessas compras foram feitas em plataformas on-line, o restante em cerca de quatro mil estabelecimentos de tijolo e argamassa. “Em 2017, o fenômeno mais interessante na Itália foi um crescimento substancial de livrarias on-line (além da Amazon). Isso definitivamente apoiou o mercado”, completou Simonetta.
A boa notícia para editores e livreiros italianos é que o programa terá uma nova edição em 2018 e as inscrições já estão abertas para aqueles que nasceram no ano de 1999.
A Itália em números
Na comparação com o ano passado, houve uma estabilização no número de exemplares vendidos, com discreta queda de 0,1%. No entanto, em faturamento, houve crescimento de 3,36%.
As italianas apresentaram um estudo comparativo entre 2011, quando se instalou no país uma crise, e 2017. O que se percebe é uma queda de 10,2% em volume de vendas e de 4,6% no faturamento, mostrando que a indústria ainda não se recuperou completamente das turbulências econômicas iniciadas naquele ano.
O livro ficou mais caro na Itália. O preço médio fechou 2017 a 14,45 euros. Em 2016, esse índice era de 13,96 euros.
Há poucos dados sobre o mercado de livros digitais na Itália, mas estima-se, segundo as nossas colegas italianas, que houve uma queda de 2% no volume de vendas nesse formato entre 2016 e 2017.
Mais vendidos
Ao olhar para os 100 livros mais vendidos na Itália em 2017, percebe-se que 38 deles são romances escritos por italianos; 23 são romances de autores estrangeiros; 13 são livros infantojuvenis; 15 de não ficção e 11 estão categorizados em “outros”, incluindo aqui livros religiosos e litúrgicos.
Pela apuração da Informazioni Editoriali, os três livros mais vendidos no ano foram: Storie dela buonanotte per bambine ribelli (Mondadori), de Francesca Cavallo e Eleva Favilli (no Brasil publicado pela V&R); Origin (Mondadori), de Dan Brown (Sextante), e Le otto montagne (Einaudi), de Paolo Cognetti (Intrínseca).
Sobre a PubMagnet
Em 2017, o PublishNews realizou uma série de matérias especiais que mapearam o mercado de livros em seis países: Alemanha, Espanha, EUA, França, Japão e Reino Unido. Apelidada de PubMagNet, a série surgiu a partir das informações trocadas em um grupo de jornalistas, analistas e observadores do mercado editorial mundial que existe há mais de dez anos. A rede, que leva o mesmo nome da série, tem como objetivo o intercâmbio de informações, dados e notícias vindos de diversas as partes do mundo e se reúne duas vezes por ano, sempre em outubro, durante a Feira de Frankfurt, e no início do ano, em algum país da Europa. Nesse ano, a reunião aconteceu em Oslo (Noruega). Além do PublishNews, participaram da PubMagNet representantes dos seguintes países: Alemanha (buchreport), China (bookdao), EUA (Publishers Weekly), Espanha (Dosdoce), França (Livres Hebdo), Itália (Informazioni editoriali), Japão (BunkaNews) e Reino Unido (The Bookseller).