De acordo com a Unesco, livro é uma “publicação não periódica impressa de no mínimo 49 páginas, além da capa, publicada no país e disponibilizada ao público”. Já a Lei Brasileira do Livro considera livro “a publicação de textos escritos em fichas ou folhas, não periódica, grampeada, colada ou costurada, em volume cartonado, encadernado ou em brochura, em capas avulsas, em qualquer formato e acabamento”. A mesma lei equipara o livro a “álbuns para colorir, pintar, recortar ou armar”. As definições – desgastadas pelo tempo e carecendo de atualização para, dentre outras coisas, incluir nela os livros digitais – parecem ser um aval para considerar como livro o produto Felipe Neto – A trajetória de um dos maiores youtubers do Brasil (Coquetel / Ediouro), que alcançou os píncaros da glória ao vender 18.927 exemplares e vir parar no topo da Lista Geral da semana passada.
O produto – seja ele considerado por você livro ou revista – recebeu um ISBN. Uma fonte de dentro da Biblioteca Nacional informou ao PublishNews que foi cedido o número já que o produto possui, além das atividades e passatempos, conteúdo que relatam a trajetória do moço que possui quase 14 milhões de seguidores no seu canal no YouTube.
Todo esse preâmbulo em torno do mais vendido da semana tem uma razão. O rame-rame durante a Bienal foi grande por parte do mercado, apesar das evidências. Bastava olhar através das sacolas plásticas leitosas dos visitantes da Bienal e ver a onipresença do “livrão”, como foi apelidado o produto nos bastidores da Ediouro.
Se é livro ou se não é livro o PublishNews não tem a capacidade de avaliar. O nosso papel é reunir as informações fornecidas pelas livrarias que compõem o rol da Lista, consolidá-las e publicá-las.
Aos que torcem o nariz e consideram o “livrão” uma revista, o destaque vai para Paula Pimenta. Ela aproveitou a Bienal para lançar o quarto volume da série Minha vida fora de série (Gutenberg / Autêntica), que vendeu 8.648 exemplares e ocupa a segunda posição da Lista Geral. Em condições normais de temperatura e pressão, o feito da mineira garantiria, com folga o primeiríssimo lugar.
A grande questão agora é observar nas próximas semanas quem tem mais fôlego. Se Felipe Neto e a sua “livrevista” ou se Paula Pimenta que nunca larga o osso e se faz onipresente nas listas há muito tempo. A acompanhar.
Mas nem só de Felipe Neto e Paula Pimenta viveu a lista, que teve crescimento de 35% nos volumes de vendas se comparando com a semana anterior. O maior crescimento, claro, ficou na Lista Infantojuvenil que apresentou aumento de 163%, graças aos dois “primeiros lugares” da semana.
A lista trouxe, outras 16 novidades nessa semana. Em Ficção, apareceram O livro dos ressignificados (Paralela / Companhia das Letras), na 7ª posição; O labirinto dos espíritos (Suma / Companhia das Letras), na 10ª; Assassinato no Expresso do Oriente (HarperCollins), na 14ª; Inferno (Rocco), na 15ª; A escolha (Universo dos Livros), na 17ª, e Mr. Romance (Globo Alt), na 20ª.
Na Lista de Não Ficção, os estreantes foram: Polícia Federal (Record), em 10º lugar; Código de defesa do consumidor (Lipel), no 12º; 1499 (HarperCollins), no 14º, e Belchior (Todavida), em 18º. Em Negócios, as novidades da semana foram: Como aumentar seu próprio salário (Citadel), na 6ª posição; a 24ª edição do Vade mecum Saraiva (Saraiva Jur), na 15ª, e Faces do varejo (DVS Editora), na 18ª.
O novo livro de Carina Rissi – Menina veneno (Galera Record) - também estreou ocupando a 9ª posição da lista Lista Infantojuvenil. Na mesma lista, a espevitada Maisa Silva ocupa a 16ª posição com O livro de tweets da +A (Gutenberg / Autêntica). Kids fun (Única / Gente) completa o time de estreantes ocupando a 16ª posição da lista.
O Ranking Geral das Editoras continua ocupado pelo Grupo Companhia das Letras, que emplacou 16 títulos na semana passada. Na segunda posição está a Sextante, com 13 e, na terceira, a Planeta, com oito. O Ranking Geral Anual Parcial continua encabeçado pela Sextante, com 64 títulos emplacados ao longo do ano.
