
Em um breve passeio pelo Pontal da Barra, o bairro das rendeiras de Maceió, já era possível ver o quanto a primeira Flipontal movimentou o lugar. Concerto no meio da praça com boa música para quem quiser ouvir, voluntários distribuindo panfletos e falando sobre o evento, livraria com lançamentos e livros de autores locais, oficinas e palestras com assuntos relevantes, tudo fez diferença.
Com pouco orçamento, a Flipontal só se concretizou pela força de vontade de todo pessoal envolvido, em especial Carlito Lima, que acabou sendo homenageado por Audálio Dantas, o então protagonista da festa. “Esse evento só mostra a importância de se olhar mais para a literatura, que pode sim movimentar a economia e fazer uma enorme diferença na educação e no dia a dia das pessoas”, completou o jornalista que teve três mesas em sua homenagem.
Segundo Carlito, a festa não custou nem R$ 60 mil. “Recebemos ajuda do Sebrae com R$ 20 mil, o governo municipal nos ajudou com a estrutura e o estadual com as passagens”, e tudo saiu da melhor maneira possível, com um bônus para o local escolhido que dava de frente para a lagoa Mundaú, que percorre todo o bairro e ainda presenteia o público com o melhor pôr-do-sol todos os dias.

A livraria Bêabá novamente merece destaque. Depois de ter ficado um dia escondida na Colônia dos Pescadores, Maria Lydia migrou para a tenda principal da festa e movimentou ainda mais o espaço. “Acho até que vai ser melhor que a Flimar [outro evento idealizado por Carlito, em Marechal Deodoro, também nas Alagoas], porque aqui você não precisa ir atrás do público, ele já está por aqui e interessado em ver os autores da região”, destacou a livreira que ainda lembrou que a cada ano de sua parceria com as feiras literárias da região, o número de livros vendidos só aumenta.
O plano para os próximos anos é fazer um circuito de festas literárias em Maceió para repetir a receita que deu certo: juntar a cultura local com literatura, assuntos da região e muita música para animar o público.