Depois de um episódio violento e cruel envolvendo sua irmã e seu pai, Inácio Boaventura é expulso de casa aos 18 anos. Sem opção, deixou o vilarejo natal, Perdição, para viver na cidade grande, onde se formou em literatura, virou professor e escritor. Agora, 30 anos após a partida, ele se vê cansado e vazio. Abandona a mulher, a filha, o magistério e a literatura para voltar à sua casa e encarar o passado na figura do pai autoritário. No livro Liturgia do fim (Tordesilhas / Alaúde, 152 pp.; R$ 30), Marilia Arnaud dá voz a um narrador-protagonista masculino, o depoimento de um homem atormentado desde cedo pela severidade ignorante do pai, o que o aprisiona para o resto da vida e o deixa incapaz de encontrar o seu lugar no mundo.