Durante muitos anos, sempre que viajava para o Rio, escolhia o hotel em função da proximidade com a Livraria da Travessa, em Ipanema. Hoje em dia frequento mais a Travessa do Shopping Leblon. É lá que combino todos os meus encontros. Sou pontual. Infelizmente a pontualidade é, de entre todas as virtudes, aquela que mais se parece com um defeito. Sobretudo no Rio de Janeiro. Se um amigo me convida para jantar em sua casa às 21 horas, eu apareço às 21 horas. A verdade — juro! — é que faço um enorme esforço para chegar atrasado, mas nunca consigo. Gosto muito da Travessa, como gosto, em São Paulo, da Livraria da Vila, não apenas pelo motivo óbvio, por causa dos livros, mas porque são espaços charmosos e acolhedores. Contudo, se tivesse de escolher uma livraria, no mundo, onde passar o resto dos meus dias, escolheria a Altair, em Barcelona. A Altair junta livros e viagens e só isso já justificaria a escolha. Mas tem mais. Muito mais. Em primeiro lugar a Altair não expõe apenas alguns livros de viagens. Estão todos lá. Ou assim parece ser. São milhares e milhares de títulos, em vários idiomas, além de mapas dos lugares mais improváveis e inexplorados.