A saída de Ferreira Gullar da José Olympio foi ‘um processo normal’, diz editora
PublishNews, Leonardo Neto, 21/01/2016
Obra poética de Ferreira Gullar deixou a editora do Grupo Editorial Record e passou a integrar o catálogo da Companhia das Letras

Na edição da última quarta-feira (20), o PublishNews trouxe uma matéria sobre a ida da obra poética de Ferreira Gullar para a Companhia das Letras. O feriado de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, dificultou o contato com a equipe da José Olympio, até então detentora dos direitos da obra de Gullar, sediada na capital fluminense. Na manhã desta quinta-feira (21), Elisa Rosa, editora executiva da casa que integra o Grupo Editorial Record, falou com o PublishNews.

A saída de Ferreira Gullar da José Olympio foi ‘um processo normal’, diz editora | © ABL
A saída de Ferreira Gullar da José Olympio foi ‘um processo normal’, diz editora | © ABL

“O contrato com o Gullar já estava para vencer no final do ano passado e a gente precisava renovar. A gente fez uma proposta diretamente à Maria Amélia [Mello, agente do autor e ex-editora da José Olympio]. Foi uma proposta compatível com o momento do mercado e com o prestígio e importância do autor, mas ele achou mais interessante, possivelmente do ponto de vista financeiro, ir para a Companhia das Letras”, disse. “Ficamos chateados, mas foi um processo normal dentro de uma editora”, completou.

Em declaração ao PublishNews, Flávio Moura, editor sênior da Companhia das Letras, comentou que a saída de Maria Amélia da editora do Grupo Editorial Record teria tido um peso na decisão do poeta maranhense de deixar a José Olympio. “Talvez ele foi motivado pela saída da Maria Amélia, talvez não. O que posso dizer é que a gente estava no páreo e, como toda renovação, a gente fez a nossa oferta. A gente agiu dando muito valor ao autor. Mesmo com a saída dela, ele ainda era um dos autores mais importantes do meu catálogo, que está crescendo, que está ótimo, mas teve uma perda considerável”, defendeu a editora. “Sei que ele estava muito satisfeito com o relançamento de Toda poesia, relançado em junho, com capa dura e um novo projeto gráfico”, concluiu Elisa.

Essa requalificação de títulos que compõem o catálogo da José Olympio tem ditado os novos rumos da editora, ressaltou Elisa. “Esse projeto de renovação do catálogo é o que tem marcado os últimos projetos da José Olympio, que voltou às listas, com O sol é para todos [de Harper Lee] também com novo projeto”, afirmou.

"A gente erramos"

Na matéria publicada nessa quarta-feira (20) sobre a ida da obra poética de Ferreira Gullar para a Companhia das Letras, transcrevemos equivocadamente uma declaração de Flávio Moura. Na edição do texto, optamos por colocar o verbo na primeira pessoa do plural, substituindo o “a gente fez”. Por um descuido, esquecemos de apagar o “a gente” e a declaração ficou truncada. A declaração correta, portanto é: "um ano e pouco atrás, quando ficamos sabendo que a Maria Amélia tinha saído da José Olympio, procuramos o Gullar. Com ela lá, a gente jamais teria feito qualquer movimento porque sabia que, com ela, ele era muito bem atendido”. Na newsletter enviada aos nossos assinantes, o erro não teve como ser reparado, mas imediatamente, corrigimos no site. Lamentamos o ocorrido e assumimos que o erro foi nosso. Pedimos desculpas ao editor pelo ocorrido.

[21/01/2016 10:49:11]