Ruy Castro escreve sobre o samba-canção
PublishNews, Redação, 18/11/2015
Lançamento da Companhia das Letras traz as histórias do gênero na noite carioca

Até 1946, quando o presidente Eurico Gaspar Dutra proibiu os jogos de azar no Brasil, a noite carioca girava em torno dos grandes cassinos: o da Urca, o do Copacabana Palace, o Atlântico, ou mesmo, subindo a serra, o Quitandinha, em Petrópolis. Eram verdadeiros impérios da boemia, onde a roleta e o pano verde serviam de pretexto para espetáculos luxuosos, atrações internacionais e muito champanhe. A canetada presidencial gerou uma legião de desempregados - músicos, cantores, dançarinas, coristas, barmen, crupiês - e um contingente ainda maior de notívagos carentes. Os cassinos fecharam para sempre, mas os indestrutíveis profissionais da noite, sem falar nos boêmios de plantão, logo encontraram um novo habitat: as boates de Copacabana. Mas a noite era outra: assim como a ambiance, a música baixou de tom. Tomava corpo um novo gênero, um samba suavizado pela canção. Essa nova música, com seus compositores, letristas e cantores; as boates, com seus criadores, funcionários e frequentadores, e o excitante contexto social e histórico que fez tudo isso possível são o tema do novo livro de Ruy Castro, A noite do meu bem - A história e as histórias do samba-canção (Companhia de Letras; 544 pp; R$ 59,90).

[18/11/2015 09:04:16]