
Ainda segundo o jornal, a república islâmica “protesta de forma veemente” contra a participação de Rushdie, decidiu não participar da feira e conclamou as nações mulçumanas a aderirem ao boicote. O ministro da Cultura do Irã, Abbas Salehi disse ao jornal: “a feira escolheu como tema ‘liberdade de expressão’, mas convidou alguém que insulta nossas crenças”.
Vencedor do Man Booker Prize, Rushdie, indiano naturalizado britânico, é dono da obra Versos satânicos (Companhia das Letras), no qual narra a história de dois atores indianos que se metamorfoseiam, um em diabo e outro em anjo, depois de caírem de um avião atacado por terroristas. Com esse livro, ele atiçou o ódio no mundo islâmico ao condenar o Islã por perseguição contra várias religiões cristãs e hindus. O livro é considerado uma ofensa ao profeta Maomé. Como consequência, em 1989, o Aiatolá Ruhollah Khomeini ordenou a sua morte.
Os organizadores da Feira lamentaram a decisão iraniana e comentaram: “a publicação de literatura que gere polêmica e as suas consequências não afetam apenas autores, mas toda a indústria. É por isso que a liberdade de expressão e fronteiras são temas-chaves na feira deste ano”.
Em 2003, Rushdie participou da Bienal do Rio. Não houve protestos por parte da comunidade mulçumana brasileira.