
Entre as livrarias, está a Sampa Books, de propriedade de Afonso Martin, que também é presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL). Como livreiro, Afonso acredita que o movimento é fundamental, mas que, não sentiu nenhum efeito no seu comércio. “Eu tenho um comércio de rua. As ruas estão vazias. A Sampa Books está em plena Doze de Outubro [rua de comércio popular na Lapa, Zona Oeste de São Paulo] e ontem fui comer um pastel em uma pastelaria aqui na rua e vi atendentes com os cotovelos no balcão. A situação difícil não é exclusividade das livrarias. A crise está batendo no pico”, desabafou o livreiro. “A campanha é ótima, mas chegou em um momento em que as pessoas não estão comprando e, quando compram, procuram o menor preço. Dificilmente o pequeno tem o menor preço. Vamos precisar esperar as próximas edições e ver se ela ganha musculatura”, completou. Afonso fez um mea culpa. Confessou que se cadastrou no site do Compre do Pequeno, mas não fez o dever de casa: até fez o download dos materiais promocionais, mas não preparou a loja para o dia 5.
Enquanto presidente da ANL, Afonso disse ao PublishNews que conclamou os associados a participarem da campanha proposta pelo Sebrae, mas não obteve nenhuma resposta. Para ele, isso é resultado de uma crise de representatividade da entidade. “Ao longo dos últimos anos, a entidade se distanciou do seu caráter associativista. Associados perderam a crença na ANL e o que estamos tentando é resgatar esse vínculo. O que eles pagam, com suas mensalidades, não é para ter um porta-voz. Eles querem serviços e é isso que estamos nos reestruturando para oferecer”, disse.