Por um país de leitores
PublishNews, Ricardo Borges, 11/09/2015
Para assessor parlamentar, fortalecimento de programas de distribuição de livros são fundamentais para a criação de público leitor no Brasil

Termina no próximo domingo (13) a 17º Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro - maior evento literário do país. Lá estão editoras, livrarias, livreiros, distribuidores, gráficas, políticos, autores e cidadãos apaixonados pela leitura, pequenos e grandes, conhecidos e desconhecidos, todos por uma única causa: fazer do Brasil um país de leitores. Assim que foi aberta, na quinta-feira (3), grupos de crianças, entre 4 a 7 anos, se espalharam por aqueles imensos corredores de livros. Era um correndo para cá, outro para lá, na procura do homenageado do dia, Mauricio de Souza, criador da Turma da Monica. Era nítido o brilho no olhar daquelas crianças que gritavam a seguinte frase: “Mauricio, cadê você? Eu vim aqui só para te ver”. Uns estavam tendo contato com livros pela primeira vez, outros estavam conservando seu amor por este universo. Ao ouvir aquele canto, parei e comecei a refletir alguns pontos.

Primeiro, a importância de os nossos governantes e gestores disponibilizarem um espaço exclusivo para a cadeia produtiva do livro e os amantes da leitura estarem em sintonia constante. Essa medida, talvez, poderá melhorar um pouco mais o acesso ao livro e à leitura neste imenso Brasil. Segundo, a importância de fortalecer este desejo das nossas crianças e jovens pelo livro. Boa parte desse desejo começa na escola e seguirá por toda vida. Um país de leitores não se faz apenas com políticas públicas, editores, livreiros, distribuidores e autores. Um país se leitores se faz com mais acesso ao livro por parte das nossas crianças e jovens, que serão o futuro do país.

Daí a importância de fortalecer e dar continuidade ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e ao Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE). Apenas em 2013, os programas que são direcionados à aquisição e à distribuição de livros didáticos e literários aos alunos dos anos iniciais e finais do ensino fundamental e do ensino médio, beneficiou mais de 31 milhões de crianças e jovens.

Iniciativas como essas farão uma grande diferença na vida de muitas crianças. Muitas começarão lendo Mauricio de Souza ou Ziraldo e chegarão nos mais variados e renomados escritores brasileiros e estrangeiros, como Machado de Assis e William Shakespeare. A partir disso, teremos mais brasileiros apaixonados pela leitura e pelos livros. Por isso, eu não me canso de falar que a vida é feita de escolhas, certas ou erradas, elas permanecerão com a gente até o fim. Façamos as escolhas certas, a fim de deixar para nossas futuras gerações um Brasil melhor, com mais brasileirinhos e cidadãos apaixonados pelo livro e pela leitura. Avante!


Ricardo Borges é jornalista, gestor da comunicação e defensor das causas do livro, da leitura e da biblioteca. No Congresso Nacional, tem acompanhado e defendido junto com a cadeia do livro importantes projetos para o setor, como o projeto de lei das biografias, do preço fixo dos livros e do livro digital. Atualmente, é assessor de comunicação da senadora Fátima Bezerra (PT/RN), um das defensora da causa no legislativo, e criou o projeto "Faça uma Criança Feliz", na capital federal. O projeto tem como objetivo distribuir livros literários para crianças em escolas, creches e orfanatos.

[11/09/2015 11:36:36]