“Saímos da reunião percebendo que não há mesmo a menor chance de o PNBE sair em 2015 e que há uma possibilidade de salvar o PNBE Temático 2013 e o PNAIC 2014, mas isso só se sobrar dinheiro do PNLD”, contou ao PublishNews Luís Antonio Torelli, presidente da CBL. O impacto dessa decisão afeta fortemente o mercado editorial, na opinião de Torelli. “Esse pessoal que se especializou nesse segmento vai sofrer muito. Realmente vai ser complicado”, avaliou o presidente. Raquel Menezes, presidente da Libre vai além e aponta que o prejuízo não será apenas econômico. “O impacto é gigantesco nas editoras associadas à Libre, mas mais do que isso impacta na formação desses leitores que não terão mais acesso à literatura”, pontuou.
Torelli reafirmou a sua preocupação com a formação de novos mercados para a indústria do livro. “A gente precisa se desvincular disso. Temos que partir para outras, criar mais leitores para ficarmos menos dependentes das compras governamentais”, disse, reconhecendo que esse é um projeto em longo prazo. “No curto prazo, precisamos lutar pelo frete correio, o andamento do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) [emperrado na Casa Civil] e a isenção do IPTU das livrarias. São coisas que podemos avançar imediatamente”, disse.
Agora, as entidades se apegam às esperanças depositadas em uma nova viagem à Brasília. É que no dia 1º de setembro, o deputado Félix Mendonça Jr. (PDT/BA) convocou uma audiência pública, na Câmara dos Deputados, para discutir a “sobrevivência da cadeia do livro no Brasil”, com a presenta da CBL, SNEL, MEC e Ministério da Cultura (MinC). “Vamos aproveitar essa audiência para tentar uma agenda positiva em favor do mercado do livro e fazer desse limão uma limonada”, disse Torelli ao PublishNews.