Palavras cruzadas (Rocco; 240 pp.; R$ 29,50; e-book R$ 19), novo romance de Guiomar de Grammont, toca no delicado vazio da impossibilidade de registro da vida – e da morte – de muitos desaparecidos políticos da ditadura no Brasil. É ficção que, mais do que se espelhar na realidade, esbarra na sensibilidade de uma vida que precisou lidar com a perda de um familiar nesse período político. Com mistério, suspense, e revelações apresentadas progressivamente, o livro trata da angústia de uma família que jamais pôde enterrar um de seus filhos. Em uma leitura contemporânea do drama de Antígona, a jornalista Sofia busca o irmão, Leonardo, desaparecido na Guerrilha do Araguaia. Ela faz entrevistas e investigações e viaja a Cuba e ao local onde a guerrilha ocorreu, tentando preencher vazios para descobrir o que teria acontecido com o irmão.