Depois de criar um novo prêmio literário, o Oceanos – que veio para preencher a lacuna deixada pelo Portugal Telecom e tem inscrições abertas até o próximo dia 10 -, o Itaú Cultural anunciou no início da tarde desta quarta-feira (1°), em Paraty, que vai apoiar e correalizar, com a Universidade de Passo Fundo (UPF), o Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio Cultural, uma das programações paralelas da Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, cancelada por falta de patrocínio. O evento acontece de 28 de setembro a 1° de outubro, em Passo Fundo. Entre os convidados do Seminário, estão Roger Chartier, um dos mais reconhecidos historiadores da atualidade e colaborador da edição 17 da revista do Observatório Itaú Cultural cujo tema era uma reflexão sobre livro e leitura no século XXI; e Anne-Marie Chartier, especialista em história do ensino da leitura. Entre os brasileiros, estão Regina Zilberman, pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Edvaldo Souza Couto, escritor e professor Associado na Universidade Federal da Bahia, e Lucia Santaella, Diretora do CIMID, Centro de Investigação em Mídias Digitais e Coordenadora do Centro de Estudos Peirceanos, na PUC-SP e Francisco Marinho, professor adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais.

“Uma das preocupações do Itaú Cultural é a contribuição para a criação de sólidas políticas públicas para o livro e a leitura no Brasil e uma ação com esta reafirma e converge com os caminhos que traçamos para essa reflexão”, observou Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. “O seminário de Passo Fundo merece continuidade pela importância que agrega ao debate literário no país”, completou. Assim, nesta correalização com a UPF, o instituto produz todo o evento e o estende a São Paulo. “Conseguimos salvar o seminário do incêndio”, comentou Tânia Rösing, criadora da Jornada. Tânia, depois de anunciar o cancelamento da edição de 2015, foi afastada pela reitoria da UPF da coordenação do evento que tem uma história de 32 anos e é apontado como um dos principais responsáveis pelos altos índices de leitura da cidade de Passo Fundo. Se no Brasil, esse índice é de 1,7 livros per capita/ano, em Passo Fundo, ele chega a 6,5.