Às vésperas da estreia nos cinemas do filme Cinquenta tons de cinza, baseado no livro homônimo de E.L. James, a Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico (ABEME) quis saber a relevância do título para o setor; o impacto gerado pelo fenômeno de vendas e detectar se houve mudanças no comportamento de consumo de artigos eróticos no Brasil. Ao todo, foram 242 respondentes. Uma delas, Fran Perez, fã assumida da saga e dona de um sexshop na Baixada Fluminense conta que em 2012, logo depois do lançamento do título, notou mudanças no seu estoque: “um dia fui ao estoque e estranhei que as prateleiras de sado/fetiche estavam vazias, achei que as funcionárias tinham mudado os produtos de lugar, mas elas confirmaram que todos os itens tinham sido vendidos”. A empresária revelou ainda que, antes do livro, esses itens tinham pouca saída. Com isso, 2012, o ano encerrou com aumento de 6% em lingeries, fantasias e acessórios de fetiche. Em 2013, algemas e chicotes foram os itens mais procurados. O ano encerrou com aumento de 20% nas compras feitas em sexshops pelo público feminino. Já em 2014, já com a notícias sobre a versão cinematográfica, o mercado foi inundado por produtos e serviços inspirados na trilogia. A INTT Cosméticos, por exemplo, criou uma linha especial inspirada no livro, feita à base de vinho. O famoso Clube das Mulheres, em São Paulo, criou um personagem inspirado no Mr. Grey e o motel paulistano Classe A criou uma suíte inspirada no livro. O fenômeno nas livrarias foi também um fenômeno nos sexshops. As campeãs de vendas em 2014, segundo a pesquisa da ABEME, foram as algemas. No segundo lugar do ranking, itens em couro e, em terceiro, as bolinhas de pompoarismo. Chicotes aparecem na quarta posição e a quinta é ocupada por cosméticos. Em tempo: o livro Cinquenta tons de cinza (480 pp., R$ 39,90 - Trad. Adalgisa Campos da Silva), editado no Brasil pela Intrínseca, está de capa nova (foto), com imagem do filme.