No Reino Unido, a Associação de Agentes Literários (AAA, sigla em inglês) acaba de publicar um manual de boas práticas para agentes de autores autopublicados. A ideia é ajudar agentes que estão diversificando seus serviços para ajudar autores a publicarem seus próprios trabalhos. São 14 diretrizes que abordam como os agentes devem ajudar nos assuntos relacionados a remuneração, contratos e, claro, no aconselhamento aos autores. "Até agora, a relação entre autor e agentes era guiada pela estrutura de um contrato autor-editora. Esses contratos definem muito claramente as obrigações tanto do editor quanto do autor. Quando um autor se autopublica, não existe tal contrato, por isso, precisamos ter a certeza de que o autor será bem-servido”, comentou Lizzy Kramer, membro do comitê da AAA ao The Bookseller, parceiro do PublishNews na Inglaterra.

No Brasil, não há um manual semelhante, mas agentes garantem que já praticam boa parte das orientações prescritas pelos ingleses. A Bookcase, especializada no agenciamento de autores autopublicados, por exemplo, já oferece serviços como planos de marketing e sugestões aos editoriais, prescritos no manual britânico. “Os autores autopublicados fizeram uma verdadeira revolução no mercado editorial e os agentes precisam se ajustar a esta realidade. Estas regras apenas fazem oficial o que a maioria já estão usando como prática. A ideia de o agente receber uma comissão mesmo quando o autor opta pela autopublicação é com certeza bastante interessante para ambas as partes”, observou Meire Dias, sócia da Bookcase.

Já Flavia Viotti, sócia de Meire, observa a importância da figura do agente na vida literária do autor autopublicado. Para ela, a necessidade de orientação a esses autores cresce na mesma proporção do crescimento do mercado de selfpublishing. “Muitos autores optam pela autopublicacao exatamente para manter o controle total de sua obra, diferente da publicação tradicional. Mas isto não quer dizer que ele não precise da ajuda do agente. À medida que o mercado de autopublicados cresce aumenta a necessidade do autor ter à orientação de um agente que pode ajudá-lo pois os livros de qualidade, bem editados e um com um bom plano de marketing, se sobressairão dentre os títulos disponíveis nas diversas plataformas”, conclui Flavia.