Uma conversa tem gerado um certo buzz no mercado editorial: o pedido de recuperação judicial da SBS. Há fogo nessa fumaça. A empresa de fato pediu recuperação judicial, com petição protocolada no dia 9 de maio passado, mas refere-se apenas ao Centro de Distribuição de Guarulhos. As demais unidades de negócio da empresa, garantem os interlocutores, vão muito bem, obrigado. A empresa reafirma o plano de expansão da sua rede que hoje possui mais de 40 lojas no Brasil e outras 13 no Peru e 11 na Argentina. Inclusive, a notícia do pedido de recuperação judicial chegou junto com a abertura da nova unidade do Brooklin (Rua Carolina do Sul, 74 – São Paulo/SP), localizada na Zona Sul da capital paulista e inaugurada na última sexta-feira (6).

O pedido de recuperação judicial é preventivo e veio depois de atritos que vinham se arrastando desde janeiro desse ano com a Macmillan, de quem a SBS é distribuidor exclusivo há mais de 20 anos. A SBS alega que foram prestados serviços na ordem de R$ 12 milhões à Macmillan, dívida não reconhecida na totalidade pela editora líder na área de ensino de língua inglesa. O desacordo com relação à dívida somada a uma possível quebra de contrato inviabilizaria as operações do Centro de Distribuição de Guarulhos. Para evitar isso e manter a sua atividade comercial, a SBS entrou com pedido de recuperação judicial que, se aprovado pelo juiz Mauro Forlin da 6ª vara de Guarulhos, impedirá a quebra de contrato e congelará os valores até que o pedido de recuperação seja decidido. Das mais de cinco mil editoras nacionais e estrangeiras com as quais a SBS opera como distribuidor somente quatro podem ser afetadas pelo processo: Pearson, Cambridge, Cengage e Oxford, mas com cifras muito menores, garante a SBS. Além disso, a partir do pedido de recuperação judicial, a SBS optou por fazer pagamentos à vista para evitar que mais fornecedores sejam prejudicados pela medida.

Está prevista para as próximas semanas a publicação de um balanço da SBS que vai demonstrar que o pedido de recuperação judicial é restrito ao CNPJ do Centro de Distribuição de Guarulhos e que os demais cadastros do grupo (FNI – a franqueadora da marca; Editora Hub; o centro de distribuição em São Paulo e as unidades regionais) se mantêm em boa saúde financeira. Nelson Azevedo, diretor geral da Macmillan no Brasil, foi procurado, mas preferiu não se pronunciar sobre o assunto nesse momento.