Foi aberta na noite de ontem a 40ª edição da Feira Internacional do Livro de Buenos Aires. Pelos 45,5 mil m² de feira deverão passar, até o dia 12 de maio, mais de um milhão de pessoas. Ao todo, são 468 expositores, 1.347 selos e representação de 33 países. Na cerimônia de ontem, autoridades lembraram quatro datas redondas e importantes na história da Argentina: os 60 anos de carreira de Quino; os 50 de criação de Mafalda, sua personagem mais conhecida; os 40 anos da feira e os 30 anos de redemocratização argentina. “É inevitável que em datas redondas como essas façamos um retrospecto e uma autocrítica, sobretudo em momentos em que ficamos calados”, disse Gustavo Canevaro, presidente da Fundação El Libro, organizadora da feira. Ele se referia a momentos difíceis da história política do país no qual estavam inseridos os primeiros anos da feira. Foi na segunda edição do evento, em 1976, por exemplo, que Vinícius de Morais esteve em Buenos Aires pela derradeira vez. Poucos dias antes do início da feira, o pianista Francisco Tenório Cerqueira, que integrava a trupe de músicos de Toquinho, foi sequestrado e morto pela ditadura militar argentina. Como retaliação, o Poetinha nunca mais pisou em terras portenhas.

Canevaro relatou ainda as dificuldades enfrentadas pelo setor nos últimos anos, sobretudo com o aumento de mais de 50% no valor do papel e nas dificuldades impostas pelo Governo Federal nas importações. “Isso afeta de pequenos distribuidores até os leitores”, comentou durante a abertura. Apesar disso e apesar da sua ausência, sempre que o nome de Cristina Fernández Kirchner foi citado, ouviu-se um aplauso caloroso e demorado.

A cerimônia contou ainda com a presença de Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, cidade homenageada na 40ª edição da feira. No estande de 147m², serão replicados os saraus realizados nas periferias da cidade