Desde meados do século XIX, o olhar é objeto de um crescente processo de disciplinamento. Combinando análises de telas emblemáticas de Manet, Seurat e Cézanne a tratados de ótica e os primeiros experimentos com o cinema, o livro Suspensões da percepção: Atenção, espetáculo e cultura moderna (Cosac Naify, 384 pp., R$ 69,90) traça um panorama sobre as transformações da visão contemporânea. Seguindo a trilha aberta por Michel Foucault, o autor Jonathan Crary, professor de arte moderna e teoria da arte na Universidade de Columbia, questiona o lugar comum de um olhar ativo na era moderna e argumenta no sentido contrário.