Nos últimos meses vimos várias mudanças nas posturas das grandes editoras estrangeiras em relação à política de empréstimos de e-books a bibliotecas (a última foi a Hachette, essa semana), como bem apontou a jornalista Laura Hazard Owen. A Simon & Schuster, a única das Big 6 que nunca havia mostrado interesse nesse sentido, anunciou no mês passado o projeto piloto que vai disponibilizar o catálogo da editora nas bibliotecas de Nova York e Brooklyn. A grande sacada é que os leitores poderão comprar o e-book direto do site da biblioteca, que ganha uma parte a cada compra realizada através de sua plataforma.

Em janeiro deste ano foi a vez da Macmillan lançar seu projeto piloto, disponibilizando cerca de 1.200 e-books do catálogo mais antigo do selo Minotaur, de crime e mistério. Os e-books são vendidos a US$25 e as bibliotecas devem comprar novamente o título após 2 anos ou 52 empréstimos.

A Penguin também já declarou que vai voltar a disponibilizar livros nas bibliotecas. A editora tinha interrompido a parceria com as distribuidoras em 2011, alegando preocupações com a segurança das edições digitais.

A HarperCollins vende seus e-books para as bibliotecas a preços similares aos que o consumidor paga. O que enfureceu os bibliotecários é a limitação que a editora impôs: o e-book só poderá ser emprestado 26 vezes, depois a biblioteca precisar comprar outro “exemplar”. Segundo o jornalista sobre mercado digital Jeremy Greenfield, a ideia é “imitar as rasuras” que sofrem os livros físicos quando são comprados pelas bibliotecas.

E se não é a limitação de uso, é o preço que preocupa os bibliotecários: no ano passado a Random House aumentou o preço e passou a cobrar em média 3 vezes o valor do varejo, o aumento chegou a 300% em alguns casos. E assim pergunto aos nossos colunistas digitais: faz sentido o modelo de distribuição em bibliotecas se basear nas ‘limitações’ do livro físico?