Robôs, aliens, monstros e literatura
PublishNews, Redação, 11/08/2011
O Fantasticon 2011 começa nesta sexta-feira com o objetivo de incentivar o debate sobre histórias fantásticas no Brasil
Ficção científica, fantasia e horror são os gêneros de literatura que serão debatidos durante o Fantasticon 2011 – V Simpósio de Literatura Fantástica, que acontece nos dias 12, 13 e 14 de agosto na Biblioteca Pública Viriato Corrêa (Rua Sena Madureira, 208, Vila Mariana – São Paulo/SP). Organizado pelo editor Silvio Alexandre, a proposta do evento é, além de reunir pessoas interessadas em histórias fantásticas, incentivar e enriquecer o debate sobre o Fantástico no Brasil. Para isso, o Fantasticon irá contar com palestras, mesas-redondas, oficinas, mostra de filmes, exposições, lançamentos e sessões de autógrafos. Destaque para a mesa que vai discutir, no sábado, o mercado editorial de literatura fantástica, com a presença de profissionais da DCL, Underworld, Gutenberg, Estronho e Leya.

Sexta-feira, dia 12 de agosto

19h às 21h – Abertura: “O realismo fantástico nas novelas brasileiras”

Tiago Santiago, escritor de novelas premiado, autor da saga “Mutantes”, na TV Record, esteve em diversos trabalhos que envolveram realismo fantástico, como a novela “Vamp” (atualmente em cartaz na TV Viva). Ele vai falar de suas experiências com este gênero tão apreciado pelos espectadores. Entre diversas questões, tentará responder “por que o realismo fantástico é tão fascinante?”. Atualmente o autor escreve a novela “Amor e Revolução” no SBT no gênero realista, mas em breve deve voltar com o novo trabalho de realismo fantástico, sobre o qual conversará também com a plateia.

Sábado, dia 13 de agosto

11h às 13h - Oficina: “Como melhorar sua criação literária”

O editor Gianpaolo Celli apresentará não apenas os aspectos básicos da criação literária, como trabalhará de uma maneira que raramente acontece, os arquétipos, os modelos inatos que servem de matriz para o desenvolvimento da psique. Mostrará como elaborar estas “Imagens primordiais” que, existentes no inconsciente coletivo, podem ser encontradas na Mitologia de praticamente todas as culturas, independente do momento histórico e local. Quando se fala em criação literária, consideramos que todo personagem é uma ‘pessoa’, que todo livro é a aventura de uma ‘vida’, e que a busca de alguém pela literatura é trabalhar aspectos da vida que não se consegue no cotidiano. E na mais lógico que utilizarmos da Mitologia e da Psicologia para suprir as necessidades do leitor.

13h às 17h (no Espaço Temático) - Painel Interativo: “Transforme-se em um Steampunk”

Usando uma série de roupas, chapéus, artefatos, acessórios e outras parafernálias, o público poderá se transformar em um verdadeiro “steamer”, um adepto do Steampunk. E assim, sentir o passado ressurgir com ares de futuro e exalar uma aura de retrofuturismo.

13h às 14h - Bate-papo: “O mercado editorial de literatura fantástica”

Conversa com quem toma as decisões no mercado editoria brasileiro. Participação dos editores do gênero com novidades, informações e curiosidades do mundo editorial hoje.

Daniela Padilha, editora da DCL – Difusão Cultural do Livro

Fabiana Andrade, diretora da Underworld

Gabriela Nascimento, editora da Gutenberg/Autêntica

Marcelo Amado, diretor editorial da Estronho

Mariana Rolier, editora executiva da Leya

14h30 às 15h30 - Bate-papo: “As fronteiras da literatura fantástica”

A chamada literatura mainstream e a literatura de gênero possuem pontos de intersecção, chamados de fronteiriços (“bordelines”). A literatura de gênero é ampla o bastante para incorporar características de outras manifestações. Podemos ter misturas, por exemplo, entre a FC e a ficção de detetive. A proposta é discutir a possibilidade de acabarmos com essas fronteiras e fazermos não é a literatura de gênero se aproximar do mainstream, mas o inverso. Será possível o casamento entre as técnicas literárias do mainstream com o vigor temático da literatura de gênero?

Manuel da Costa Pinto (crítico literário)

Nelson de Oliveira (escritor)

15h30 às 16h30 - Palestra: “Literatura Fantástica: A experiência mexicana”

A ficção científica mexicana não é nova. Ela tem uma longa história com mais 200 anos de passado, muito mais prolífera e rica do que as pessoas imaginam. O historiador mexicano Miguel Ángel Fernandez, convidado internacional do Fantasticon, considera que ela é uma das chaves para entender a Literatura Fantástica latino-americana, particularmente, a mexicana. E ele vem ao Brasil para contar essa história.

16h30 às 17h (no Espaço Temático) - Celebração: Projeto “Selo Brasileiro”

O Selo Brasileiro é um projeto criado por um grupo de autores nacionais para divulgar literatura e cultura do país. A ideia é viajar pelo Brasil incentivando a leitura e fazendo contato com os leitores para criar uma relação de intimidade por quem é apaixonado por um bom livro. O Selo Brasileiro realizará uma celebração no Fantasticon para apresentar seu projeto e divulgar seus ideais. Nesse encontro, contaremos com a presença de autores, que conversarão com público e autografarão seus livros, além de distribuírem brindes.

17h às 18h - Palestra: “História, matéria-prima da literatura fantástica”

Atualmente, temos uma grande produção de Literatura Fantástica que usa a História como matéria prima para sua construção. Os escritores Christopher Kastensmidt, Max Mallmann, Roberto Causo e Ana Cristina Rodrigues irão debates essa crescente produção presente em várias vertentes: da História Alternativa à Fantasia História, passando pela ficção histórica propriamente dita e pelo retrofuturismo do Steampunk e movimentos correlatos.

18h30 às 19h30 - Palestra: “Sexo e Ficção Científica: Os realiconamentos entre humanos e alienígenas”

O tema recorrente do sexo com extra-humanos, quer sob formas alienígenas, máquinas ou monstros sobrenaturais, denota a mistura de temor e desejo pelo outro, pelo diferente. Medo e desejo constituíram manifestações subliminares do medo e desejo de experimentar prazeres e riscos implícitos numa capacidade sexual sobre-humana. É possível traçar uma analogia dessa fusão ambígua de medo e desejo com o misto de medo e curiosidade estereotipados que o colonizador europeu nutria em relação às práticas sexuais com os selvagens. Em relação aos relacionamentos sexuais e afetivos entre humanos e alienígenas, embora o tema não seja novo, constitui um dos filões mais fecundos da ficção científica atual em todas as expressões. O escritor Gerson Lodi-Ribeiro irá falar dos enfoques literários e cinematográficos do sexo com alienígenas. Das relações platônicas às explícitas, das formas alienígenas de amar e transar, de uma forma que Barbarella jamais sonhou.

Domingo, dia 14 de agosto

11h às 13h - Oficina: “O livro além da mídia – A literatura fantástica na era do livro digital”, com Ednei Procópio

O modo como escrevemos os nossos livros mudou: Se antes os escritores manuscreviam os seus originais, ou utilizavam outras ferramentas mecânicas como a máquina de escrever, hoje os originais já nascem digitais em máquinas eletrônicas ligadas diretamente à grande rede mundial de computadores. O modo como armazenamos os nossos livros mudou:Se antes as pesquisas realizadas por escritores, para comporem suas obras, eram realizadas em bibliotecas físicas públicas ou privadas, hoje é possível também compor uma cena de um romance fantástico dentro de um Museu do Loubre, por exemplo, sem nunca ter visitado pessoalmente o local. Isto é possível apenas utilizando as ferramentas da internet como mapas reais, imagens ED e aplicações de geolocalização. O modo como compartilhamos os nossos livros mudou:Se antes as histórias, cenas e personagens fantásticos estavam apenas dentro das páginas dos livros, hoje se encontram quase que dispersas numa miríade de mídias e suportes modernos com áudio books, teatro, cinema, histórias em quadrinhos, livros digitais e até videogames. Um exemplo é o da saga Harry Potter, de J.K. Rowling, que recentemente chegou ao mundo literário digital, através do projeto Pottermore, com implicações para toda a indústria editorial e cultural.

13h às 17h (no Espaço Temático) - Painel Interativo: “Transforme-se em um Steampunk”

Usando uma série de roupas, chapéus, artefatos, acessórios e outras parafernálias, o público poderá se transformar em um verdadeito “steamer”, um adepto do Steampunk. E assim, sentir o passado ressurgir com ares de futuro e exalar uma aura de retrofuturismo.

13h às 14h - Palestra: “Palavras mágicas: Fantasia ou realidade?”

Muitas tradições e obras literárias apontam para o uso de certas palavras como provocadoras da Magia. Mas seriam mesmo mágicas as palavras? De que forma o poder reside dentro delas, segundo as diversas vertentes da literatura de Fantasia? A proposta do Encontro do GELF (Grupo de Estudos de Literatura Fantástica), desde ano, é conversar sobre as Palavras Mágicas e suas possibilidades.

14h às 14h30 (no Espaço Temático) - Celebração: Fundação da “República dos Escritores”

A proposta da República dos Escritores é fortalecer a classe dos autores e divulgar suas obras. A intenção é que se tornem referência em qualidade literária, pregando o incentivo ao desenvolvimento profissional do escritor e o incentivo à leitura, através de programas de benefícios tanto para a orientação de autores, quanto para a difusão das obras dos associados (cidadãos republicanos) aos leitores.

14h30 às 15h30 - Palestra: “O fantástico em Dostoiévski”

As narrativas fantásticas de Dostoiévski, considerado um dos maiores autores de todos os tempos, serão apresentadas pelo professor Flávio Ricardo. Ele fará uma relação entre os textos do escritor russo e o ensaio “A Filosofia da Composição”, de Edgar Allan Poe. O escritor russo foi desenvolvendo o fantástico ao longo de sua obra de modo a transformá-lo em elemento central, denunciando uma sociedade supostamente assentada em bases racionais.

16h às 17h - Mesa-redonda: “Literatura brasileira de entretenimento: A revolução da leitura”

A ficção brasileira vive, hoje, um extraordinário momento criativo. Nunca se escreveu tanto e de tantas maneiras por aqui como agora e, do mesmo modo, nunca foi tão simples publicar e ser lido. Autores de várias vertentes estão emergindo com trabalhos originais, muitos dos quais bem feitos, de nítida voz própria e com uma assumida influência pop – uma característica comum entre aqueles que cresceram a partir da década de 1980. A Literatura Fantástica brasileira é uma realidade. Com amplo público leitor cativo e protagonizando uma infinidade de eventos alternativos, ela já possui um reconhecimento. Aos poucos, vamos percebendo que há um amplo espaço no Brasil para todo o tipo de ficção e que para figurar no panteão da literatura brasileira, uma obra não precisa, necessariamente, estar em absoluta conformidade com os critérios do meio acadêmico e nem a ele prestar contas, já que não depende do seu reconhecimento para ser legitimado.

André Vianco

Eduardo Spohr

Raphael Draccon

Luis Eduard Matta

16h às 17h (no Espaço Temático) - Fantastiquinha: “Cantando histórias fantásticas”

E a criançada também tem vez! Bruxas, animais que falam e um gênio prá lá de mal humorado... Tudo isso e muito mais num caldeirão de histórias! Venha fazer parte desse fantástico mundo de pura magia narradas em meio a músicas e atividades lúdicas para toda a família.

Atividade com o Grupo Cantando Histórias: com a contadora Dorotilde e os músicos Marcela Faustino e Márcio Faustino.

18h às 19h – Com transmissão direto da Inglaterra - Palestra ao vivo em 3D: “Publicar comercialmente é fácil...”

Em uma palestra inédita, em 3D, diretamente de seu escritório na Inglaterra, o consultor literário James McSill falará e responderá perguntas sobre o mercado editorial, ensinando alguns pequenos segredos para a escrita de um livro comercialmente viável. A palestra que será apresentada no Fantasticon 2011 cobrirá um dos grandes temas abordados por James McSill nos cursos de imersão literária que ministra ao redor do mundo, inclusive no Brasil·

Programação paralela

Exposição: “O Vampiro no Brasil: Uma Fantástica Jornada

Curadoria: Silvio Alexandre e Adriano Siqueira

Sábado e domingo, a partir das 11 horas

[11/08/2011 00:00:00]
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A poesia pode ser escrita por alguns, mas é para ser vivida por todos.
Carlos Nejar
Escritor brasileiro e membro da ABL
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