Biblioteca em Washington recupera legado de Oliveira Lima
O Estado de S. Paulo, Laura Greenhalgh, 18/06/2011
O historiador brasileiro que trocou as altas rodas da diplomacia para se dedicar à maior biblioteca brasiliana fora do País
Para quem circula no mundo dos livros, e particularmente no das bibliotecas, a grife Oliveira Lima soa como algo mítico. Mas para quem não tem tanta afinidade com o meio, este sobrenome de origem portuguesa, tão comum nos cartórios brasileiros, passa discreto, sem chamar atenção. Como discreta é a pequena placa grudada a uma porta no subsolo da biblioteca central da Universidade Católica da América, em Washington (UCA). Lê-se nela: The Oliveira Lima Library. O legado do bibliófilo pernambucano Manoel de Oliveira Lima (1867-1928), diplomata, historiador e jornalista, é impressionante até para os padrões atuais: são 58 mil livros, perfazendo históricas conexões entre Portugal e Brasil desde os primeiros anos pós-Descobrimento, cerca de 600 obras de arte, entre pinturas, aquarelas, gravuras, mapas, esculturas, mais de 200 mil páginas de correspondência envolvendo 1.400 missivistas e ainda seis dezenas de grossos álbuns de recortes de jornais, o que já denuncia o espírito obstinado que paira por entre as estantes.
[18/06/2011 00:00:00]