O contrato foi assinado no final de 2009. O ano de 2010 foi de integração e adaptação, e agora é possível ver os primeiros resultados da parceria entre o Grupo A e a gigante McGraw-Hill: já são 22 títulos nas livrarias. Durante 10 anos, e depois por mais quanto tempo as duas empresas quiserem, o Grupo A terá prioridade na compra de todos os títulos que a McGraw-Hill publicar. Desses, terá de escolher ao menos 75 livros por ano (60 livros-texto e 15 de negócios).
Mas a parceria entre as duas vai muito além da edição, distribuição e comercialização dos livros no Brasil – o que não é pouco. De acordo com a pesquisa “Produção e Vendas do Setor Editorial em 2009”, o CTP (Científico, Técnico e Profissional) é um dos segmentos que mais cresce no país. Só em 2009, faturou mais de R$ 508 milhões (7,6% a mais do que em 2009) e editou 14.348 títulos (um crescimento de 9% em relação ao ano anterior). Agora, a empresa gaúcha acrescentou Portugal em seu mapa de atuação e o escritório de Lisboa está em fase de instalação. Lá e cá, parte dos funcionários da McGraw-Hill foram integrados à equipe do grupo A.
“A MacGraw-Hill é uma das maiores editoras do mundo e para nós foi uma grande conquista termos sido escolhidos entre todas as outras editoras que participaram da seleção”, disse Arysinha Affonso, gerente editorial da área de ciências exatas. Ela acredita que o bem-sucedido desempenho do grupo nos últimos 10 anos – a média de crescimento é de 24% e a expectativa de faturamento do grupo para 2010 era de R$ 100 milhões, e ainda os investimentos que a empresa tem feito foram determinantes para que o Grupo A assumisse a operação, no Brasil e em Portugal, do terceiro maior grupo editorial do mundo. A
No pacote que chega ao país, estão obras fundamentais como o Harrison Medicina Interna, entre tantas outras de biociências, medicina, química, matemática, economia e por aí vai. Há ainda a possibilidade de exportar títulos de autores brasileiros. Com exceção de algumas poucas obras que precisarão ser traduzidas para o português de Portugal, a maior parte das edições servirá para os dois países.
Para quem acredita no futuro digital do livro, uma boa notícia: o Grupo A está investindo fortemente para a formação de um catálogo digital. Fez uma experiência aqui e outra ali (o e-book A psicanálise na Terra do Nunca é um bom exemplo) e em março coloca 700 e-books à venda. “Sabemos que ainda é um mercado pequeno, mas temos que nos preparar”, disse Arysinha. E converter livros acadêmicos para este novo formato não é tarefa simples. Nem por isso essas coedições ficarão de fora da lista de e-books da editora.
O ano de 2011 vai ser de muito trabalho em Porto Alegre. Nas contas de Arysinha, serão lançados 300 livros neste ano. Quanto a reedições, pelo que ela disse, a média fica em uma por dia.
Tudo azul no CTP
Enquanto o segmento de livros didáticos faturou R$ 698 milhões em vendas para o Governo em 2009, o de CTP (Científico, Técnico e Profissional), usado por alunos universitários e por profissionais, teve de se contentar com a parca quantia de R$ 1,3 milhão. Mas não vale desanimar. Em 2008, foram R$ 449,8 mil, um aumento de 189%. Foram editados mais livros em 2009: 14.348 contra os 13.155 do ano anterior. A quantidade de exemplares produzidos e vendidos também aumentou. Enquanto em 2008 foram impressos 24,06 mi de exemplares e vendidos 24,19 mi, em 2009 esse número subiu para 26.041 impressos e 28,72 mi vendidos. O segmento representa 20% do mercado editorial brasileiro e fechou 2009 com faturamento de R$ 508,2 milhões.
A trajetória do Grupo A
O Grupo A ganhou esse nome em julho de 2010, mas sua história vem lá no ínicio dos anos 70, quando foi fundada em Porto Alegre a Artmed Editora. No princípio, ela apenas comercializava livros na área de medicina. Em 1979, passou a publicar seus próprios títulos e logo ampliou o catálogo com obras sobre saúde mental e educação. Em 97, criou o selo Bookman, voltado para as áreas de ciências exatas, sociais e aplicadas. Anos depois, em 2003, os donos decidiram que queriam crescer mais e mais e começaram a colocar em prática seu plano de expansão. Em 2009, BNDESPar assumiu a participação de 10% da companhia. Em setembro do mesmo ano, a editora também fechou parceria com a CRP Companhia de Participações, uma das pioneiras na gestão de fundos de investimento de Private Equity e Venture Capital no Brasil. Hoje, integram o Grupo A as seguintes editoras Artmed, Bookman, McGraw-Hill, Artes Médicas e o novo selo Penso, todos com foco em biociências, ciências exatas, sociais e aplicadas e ciências humanas.