Ponteio tenta mudar o modelo convencional de negócios
PublishNews, Maria Fernanda Rodrigues, 17/12/2010
Editora de Alberto Schprejer só trabalhará com livros impressos sob demanda e e-books
Alberto Schprejer está no mercado editorial há 23 anos. Ficou mais de 20 à frente da Relume Dumará antes dela ser vendida para a Ediouro, depois passou pela Singular e agora volta a ter sua própria editora. Na Ponteio, ele está tentando colocar em prática tudo o que viu nesses anos, ou melhor, tentando não repetir alguns erros comuns cometidos pelas editoras. O principal deles: estoque. “Muitas coisas boas aconteceram nesses anos. Foram muitos Jabutis e muitos livros nas listas de mais vendidos. Mas consegui juntar um estoque de 80 mil exemplares e não quero isso nunca mais”, disse. Por isso, todos os livros da nova editora serão impressos sob demanda ou baixados para serem lidos em leitores digitais. Isso, se não cair em suas mãos o próximo Harry Potter. “Aí é claro que vou voltar para a rotativa”, brinca.

Para tocar a Ponteio, Alberto terceiriza a produção e tem ajuda na hora de cuidar das redes sociais, onde concentra toda a sua divulgação. Twitter e Facebook, aliás, são as apostas do editor para tornar seus livros mais conhecidos, já que eles não estarão nas prateleiras das livrarias – embora até possam estar. Outra estratégia: vender as obras através de links em blogs e sites de lojas especializadas que tenham alguma relação com o lançamento. Por exemplo, o segundo – e último – livro lançado pela Ponteio, o Manual do ciclista urbano, de Sérgio Magalhães, estará à venda em sites de lojas de bicicleta. “É um momento de quebrar resistências, de mostrar para o livreiro que não dá para fazer aquela consignação de 10 exemplares porque eu não tenho 10 exemplares”.

O livro de estreia da editora, apresentado no final de novembro, foi O pó das palavras, do poeta e jornalista Claufe Rodrigues. E vem mais pela frente. A meta é alta: 100 livros no próximo ano. Já está na fila o título Do conto à poesia, de Alessandro Buzo, agitador cultural e “suburbano convicto”, que deve ser lançado no início de 2011.
[17/12/2010 01:00:00]