Bráulio Mantovani autografa primeiro romance
PublishNews, Redação, 01/12/2010
“Perácio - Relato psicótico” é um lançamento da LeYa

Roteirista de filmes como ”Tropa de elite” e “Cidade de Deus”, Bráulio Mantovani lança hoje (1º) às 19h, o livro Perácio - Relato psicótico (Leya, 224 pp., R$ 39,90) na Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1.731 – Jardins – São Paulo/SP. Tel.: 11 3062-1063). Mesclando informações verdadeiras, de conhecimento público, com outras não comprovadas porém verossímeis, a obra mantém o leitor em constante incerteza sobre sua natureza, sustentando a curiosidade sobre a trama.

Do enredo, que se assemelha a um jogo, participam figuras inusitadas, como o editor da LeYa, Pascoal Soto. Numa atitude rara para um editor, ele recomenda ao leitor cuidado, muito cuidado, ao adquirir o livro na intenção de “encontrar nele o Bráulio Mantovani dos filmes “Cidade de Deus”, “Última parada 174” e “Tropa de Elite”. No mesmo texto, agradece a ajuda de uma amiga, que lhe deu a notícia de que Bráulio estava vivo, e ao psicanalista Contardo Calligaris, apresentado como responsável por trazer Bráulio de volta ao Brasil. Um e-mail de Contardo, reproduzido na orelha do livro, contém a recomendação para que o editor destrua as fitas transcritas.

No início do livro, Bráulio Mantovani escreve a Pascoal, seu editor, justificando o atraso na entrega do livro, pelo qual recebera um adiantamento. Reafirma seu compromisso em escrever o possível, pois teme pelo efeito que pode causar ouvir novamente as fitas das entrevistas feitas 20 anos atrás, em um manicômio que abrigava ex-agentes da repressão. Das poucas pessoas que tiveram acesso ao material, uma alterou radicalmente a trajetória profissional, mudando de carreira e evitando o assunto e as pessoas ligadas a ele desde então; outra simplesmente desapareceu, depois de apresentar claros sinais de desequilíbrio.

Por isso, Bráulio opta por apenas transcrever as entrevistas feitas com um dos internos da instituição, que conta as desventuras de outro paciente, Perácio. O texto intercala a transcrição com as anotações que fez à época. O que, de acordo com a versão de Contardo Calligaris e de Pascoal Soto, não foi suficiente para preservá-lo de ser também atingido pelo poder devastador das fitas.
[01/12/2010 01:00:00]