O poeta Affonso Ávila não conseguiu chegar a tempo de participar com Ferreira Gullar da homenagem ao bicentenário de morte de Tomás Antonio Gonzaga (o poeta carioca depositou sozinho flores no túmulo de Gonzaga), mas leu a lira XXXVII no período da tarde, na mesa dedicada a ele pelo Fórum das Letras de Ouro Preto. Antes de ouvir Melânia Silva Aguiar falar sobre sua poesia, e mais especificamente sobre seu último livro Poeta poente (Perspectiva, 232 pp., R$ 40), e de ler alguns poemas, ouviu de Julio Pimenta, presidente da Câmara dos Vereadores, que em breve ele ganhará o título de cidadão honorário de Ouro Preto. Affonso, que tem 82 anos e só foi liberado ontem pelos médicos para participar do Fórum das Letras, comemorou sua vinda: "A esta altura da vida estou vivo e estou aqui com vocês mostrando a minha poesia". E por falar em poesia, disse: "O meu compromisso com a poesia é de natureza íntima. Ela é a parte da minha vida que considero mais importante e é a ela que me dedico", comentou. E completou: "É com poesia que estou procurando dar sentido a minha vida".