O casarão branco que fez parte da infância de milhões de brasileiros está completando 140 anos de história. Construído em 1870 pelo Visconde de Tremembé no pequeno povoado de Buquira, o Sítio do Picapau Amarelo é hoje administrado por Maria Lúcia Xavier, que herdou do avô a missão de preservar o patrimônio cultural e a memória de Monteiro Lobato, que viveu ali etre1911 e 1918. O povoado cresceu um pouco e ganhou o nome de Monteiro Lobato. O sítio é aberto à visitação.
Considerado uma das mais belas construções artísticas do estado de São Paulo, o local ficou famoso pela simplicidade rural. Idealizado por Visconde de Tremembé, o mais poderoso homem do Vale do Paraíba no auge do ciclo do café, o lugar tinha a missão de servir como residência de inverno e local estratégico para administrar o vasto patrimônio do nobre fazendeiro. No entanto, o casarão transformou-se em “história de amor”. Enquanto o Visconde residia em Taubaté, mantinha no casarão, Anacleta do Amor Divino, com quem tivera dois filhos fora do casamento. Da segunda família, três netos: Teca, Judith e Juca – conhecido como José Bento Monteiro Lobato.
Os laços de ternura em torno do Casarão Branco foram retomados em 1911, quando José Bento Monteiro Lobato, até então um recém formado advogado, decide retornar para Buquira e tornar-se fazendeiro. O regresso é ocasionado pela morte do avô, que deixa de herança as terras buquirenses e a imensa propriedade. Nos anos seguintes, Lobato faz da fazenda motivo de inspiração para diversos textos como: Jeca Tatu, Urupês e Velha Praga. O escritor batiza o local como Sítio do Picapau Amarelo, motivado pela presença da ave em suas terras e pelo carinho que seus quatro filhos Marta, Guilherme, Ruth e Edgard mantém pelo lugar. Monteiro Lobato somente deixa o casarão em 1918, quando segue para São Paulo para editar os diversos livros escritos na fazenda Buquira.
O sítio está localizado na Estrada do Livro, distante 8 km do centro urbano de Monteiro Lobato, e está aberto diariamente para visitação.