Lua de Papel lança a coleção Clássicos fantásticos
PublishNews, Redação, 22/09/2010
Os primeiros quatro títulos serão apresentados hoje em São Paulo

Como seriam alguns clássicos da literatura brasileira se tivessem sido escritos hoje com ingredientes de ficção moderna? Para responder a esta pergunta, a Lua de Papel lança hoje (22) os primeiros quatro títulos da coleção Clássicos fantásticos. Essas novas versões, mesmo incluindo elementos fantásticos e inusitados, preservam o significado original das obras.

Aqui, escravagistas surgem como vampiros, ETs transitam em Dom Casmurro, mutantes circulam em O alienista e bruxaria e encantamentos estão presentes no romance Senhora. O lançamento será às 18h30, na Livraria Cultura Loja de Artes (Av. Paulista, 2073 - Bela Vista - São Paulo/SP).

Em Dom Casmurro e os discos voadores (264 pp., R$ 26,90), de Lúcio Manfredi, a trama romântica sofre a interferência de seres alienígenas e andróides disfarçados dos personagens originais de Machado. Cabe ao leitor identificar quem é quem. Como no livro original, o ciúme de Bentinho continua presente. Só que agora existe mais um motivo para sua desconfiança: a ligação entre a amada Capitu e seu melhor amigo Escobar não é mesmo deste mundo.

O alienista caçador de mutantes (128 pp., R$ 19,90), de Natalia Klein, é uma versão revisitada de um dos contos mais famosos de Machado de Assis, que soma a irreverência e o nonsense ao humor ácido e politicamente incorreto do escritor carioca do século XIX. Agora, a vila de Itaguaí é alarmada pela queda de uma nave espacial e por uma névoa que causa mutações alienígenas. Quem cuidará do caso é o médico Simão Bacamarte, que recebeu do povo a alcunha de alienista, uma combinação de alien com especialista.

Na versão de Angélica Lopes, Aurélia - a vingativa Senhora, personagem de José de Alencar - agora é retratada como Senhora A bruxa (224 pp., R$ 24,90) e está envolvida no plano maligno das irmãs Blair, feiticeiras celtas em busca de vida eterna. Para realizar a poção mágica que as fará viver para sempre, as bruxas precisam conseguir: 4 lágrimas de amor, 2 juras de ódio e 1 gota de sangue (obtida em ferimento feito pelo ser amado, com objeto de prata e na intenção de matar). Parecem ingredientes fáceis de achar, mas as bruxas sabem que as histórias de amor estão sujeitas às mudanças de rumo e, por isso, precisam cercar Aurélia e Fernando por todos os lados.

Já a A escrava Isaura e o vampiro (167 pp., R$ 19,90), obra criada por Jovane Nunes, encontra sua melhor descrição nas palavras do próprio autor: "Esta obra horripilante é baseada em fatos mentirosos e qualquer semelhança com a realidade é mera criação do autor. Digo isso para fugir de qualquer tipo de reclamação na justiça. Meus advogados e a própria editora me aconselharam a tomar esse cuidado. É possível que algum vampiro se sinta prejudicado em sua imagem e queira me processar. Quanto a isso, deixo claro que não tenho nada contra os vampiros. Particularmente, não gosto de beber sangue, mas não tenho nada contra quem faz isso socialmente".

Para o editor da Lua de Papel, Pedro Almeida, os autores acentuam o humor, introduzem personagens fantásticos e mantém o enredo original como fio condutor: "A idéia foi de fazer uma versão destes livros como se fossem escritos hoje, numa tendência que têm sido feita no exterior. O diferencial desta série é que estamos lançando ao mesmo tempo quatro clássicos nacionais".
[22/09/2010 00:00:00]