Bienal: mais do que venda de livros
PublishNews, Maria Fernanda Rodrigues, 03/08/2010
Serão 1.100 horas de programação para todas as idades

A Bienal Internacional do Livro de São Paulo está mudando. Com uma programação cultural mais recheada e com bons escritores, ela quer ser um espaço de ideias onde a venda de livros será consequência.

Na lista dos 200 convidados, estão Mia Couto, Azar Nafisi, Benjamin Moser, Jostein Gaarder, Ziraldo, Thalita Rebouças, John Boyne, Ruth Rocha, Conn Iggulden, Pedro Bandeira, Marçal Aquino, Bartolomeu Campos de Queirós, Angela-Lago, Marcelino Freire, Fabrício Carpinejar, Michel Laub, Eva Furnari e Lygia Fagundes Teles para citar apenas alguns.

Novos palcos e espaços foram criados para abrigar uma programação inovadora. Pela primeira vez, acontece o Cozinhando com palavras, que vai reunir chefs em conversas sobre comida e livros. Alguns pratos serão feitos na frente da platéia. No Espaço do Professor, sob a curadoria de Marisa Lajolo, professores serão orientados sobre como escolher as melhores obras para serem trabalhadas em sala de aula. Haverá ainda o Palco Literário, com atores lendo trechos das obras de Lobato e Clarice, os homenageados desta edição, e depois batendo papo sobre literatura; o Território Livre; o Espaço Digital da Imprensa Oficial; o Fábulas com a Turma da Mônica; o Espaço Lusofonia e muito mais – que vamos contando mais detalhadamente e aos poucos.

Entre os dias 12 e 22 de agosto, devem passar pelo Anhembi mais de 700 mil pessoas. Lá, elas vão encontrar cerca de 4.200 lançamentos, além de outros 2.200 títulos. Serão 350 expositores, representando 900 selos editoriais, em uma área equivalente a de 10 campos de futebol. Somadas, as atrações para bebês, crianças, jovens e adultos representam 1.100 horas de muita conversa sobre leitura e literatura.

O preço do ingresso continua o mesmo de 2006 – R$ 10 - e o cheque-livro que 100 mil crianças vão receber será no valor de R$ 5. O investimento é de R$ 30 milhões. Em 2008, foram R$ 22 milhões.

Rosely Boschini, presidente da Câmara Brasileira do Livro, lembrou que a Bienal de São Paulo é o terceiro maior evento do gênero no mundo e que desde o início de 2009 uma comissão está esboçando essa nova cara que a feira quer assumir.

Quem está ajudando nessa repaginação é a Reed Exibitions, responsável por 450 feiras em 34 países (no Brasil, são 42). “Fomos contratados para resgatar o brilho da Bienal e para isso contamos com a ajuda dos nossos colegas que fazem as feiras de Nova York, Londres, Paris e Tóquio”. Ele comentou ainda que serão gerados 15 mil empregos diretos e indiretos no período da Bienal.

Para pensar a programação cultural, foram convidados Augusto Massi, professor da USP e diretor editorial da Cosac Naify; Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial; e Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc. Os curadores tiveram o apoio de Marisa Lajolo, André Boccato, Manuel da Costa Pinto, Alexandre Agabiti, Walcyr Carrasco e Maurício de Sousa nas programações segmentadas.

Augusto Massi disse que a ideia era mudar um pouco a perspectiva da Bienal e que agora a força da programação está no Salão de Ideias. “Buscamos equilibrar a presença da literatura infanto-juvenil, um mercado que se consolidou e que também estará no Salão de Ideias”.

Hubert Aquéres destacou que a Bienal acontece no momento em que o Brasil discute a Lei dos Direitos Autorias e quando o livro digital está na boca do povo. Esses assuntos serão contemplados nas conversas. Os e-books, inclusive, ganham um seminário só para eles. O Fórum do Livro Digital acontece nos dias 10 e 11 de agosto.

Danilo Santos de Miranda destacou o caráter multicultural da feira. “Ela atua não no sentido de valorizar o autor, o livreiro, o distribuidor, mas no de valorizar tudo o que está envolvido na atividade. A Bienal procura abarcar todas as áreas do setor do livro e da leitura”.

Haverá duas praças de alimentação do “nível de shopping Center”, garantiu a organização. Outra boa notícia é que o estacionamento do Anhembi, que cobra R$ 25, terá concorrente. Perto dali, na Rua Voluntários da Pátria, 344, o Unipare vai cobrar R$ 6 para o período de 12 horas. De lá, levam os visitantes até o Anhembi.

A programação completa está no site da Bienal.

A cobertura dos festivais pelo PublishNews tem o apoio da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

[03/08/2010 00:00:00]