A Pinacoteca do Estado (Praça da Luz, 2 – Luz. São Paulo/SP) será palco do lançamento de três livros neste sábado (27) e é protagonista de um deles, o Arte Brasileira na Pinacoteca do Estado de São Paulo – do Século XIX aos anos 1940 (Imprensa Oficial/Cosac Naify/Pinacoteca do Estado, 240 pp., R$ 60/R$ 40 no dia). O volume reúne 16 ensaios dos mais importantes historiadores e críticos brasileiros, que traçam um panorama inédito da arte no Brasil a partir do acervo do museu, que conta hoje com mais de 7 mil obras. O lançamento será às 11 horas.
Em 240 páginas ricamente ilustradas, o livro traz também um resumo das leituras monográficas apresentadas por especialistas em um ciclo de 16 conferências realizadas em 2003 e um registro histórico da arte brasileira e da Pinacoteca, desde a sua fundação.
Organizado por Taisa Palhares, o livro inclui análises de grandes mestres como Carlos Lemos, José Roberto Teixeira Leite, Luciano Migliaccio, Aracy Amaral e Tadeu Chiarelli, que analisam obras e artistas exemplares da arte brasileira: Almeida Junior, Pedro Américo, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Cândido Portinari, Anita Malfatti e Victor Brecheret.
Conforme explica a organizadora já na introdução, a seleção obedeceu a dois parâmetros: “a relevância da obra dentro do conjunto do acervo – que evidentemente responde a uma visão particular da arte brasileira – e a importância do artista para a formação da arte no Brasil”.
Outros dois livros também serão apresentados neste momento. 1924 – O Diário da Revolução: os 23 dias que abalaram São Paulo (Imprensa Oficial, 172 pp., R$ 70/R$ 40 no dia), de Duarte Pacheco Pereira, resgata a Revolução de 1924, pouco conhecida da maioria dos paulistanos e um dos episódios mais violentos da história do País, travado nas ruas, praças e prédios da cidade de São Paulo entre os dias 5 e 23 de julho daquele ano.
Com base em relatos pessoais de revoltosos, reconstituições de historiadores, documentos, jornais e imagens daquele período, o autor produziu uma reportagem histórica acurada, abrangente e tensa, que transporta o leitor para a cidade conflagrada, desde a tomada dos primeiros quartéis até a retirada das tropas rebeladas, após 23 dias de combates. A ideia de escrever o livro nasceu na antiga Light, hoje Eletropaulo, onde Pereira era diretor da divisão de publicações.
Ele explica que além do patrimônio arquitetônico, com várias usinas e prédios, a empresa era proprietária de um grande acervo histórico, entre documentos, materiais e fotografias, inclusive da Revolução de 24. Todo esse material histórico existia porque, durante os conflitos, a Light teve boa parte do seu patrimônio destruído e tinha a intenção de processar o governo. Enquanto esteve na Light, Pereira editou alguns boletins e quatro revistas. Uma delas sobre a Revolução de 24, a qual foi aproveitada na publicação do livro.
Já Raízes: árvores na paisagem do estado de São Paulo (Imprensa Oficial, 156 pp., R$ 120/R$ 80 no lançamento) é resultado de mais de um ano de pesquisa e cerca de 16 mil quilômetros percorridos em 4 meses, nos quais Valdir Cruz e sua equipe passaram por estradas, fazendas, beiras de rios e trilhas, muitas vezes com ajudas de mateiros. O autor explica que a ideia do projeto não era fotografar qualquer árvore, ele queria exemplares representativos, que tivessem algo a dizer. Todas têm quase 100 anos ou mais, o que pode ser percebido pelas suas dimensões e beleza. Para chegar até elas, Valdir teve a ajuda da paisagista Renata Tilli na pesquisa.
Valdir mora há mais de 30 anos nos Estados Unidos, mas mantém as raízes na escolha dos temas de vários de seus livros e exposições. Desta vez ficou quase um ano no Brasil para chegar à seleção que integra o livro. Ele tornou-se um “caçador de árvores”, tendo percorrido 30 cidades paulistas, de Itaberá a Cunha, de Rifaina e Ibitinga, de Estiva Gerbi a Santa Fé do Sul. Durante a jornada, fotografou 120 árvores, de 80 espécies diferentes, num total de mais de 750 cliques. A obra conta ainda com um ensaio do escritor Ignácio de Loyola Brandão.