O livro da metaficção (Tinta Negra, 280 pp., R$ 49), de Gustavo Bernardo, usa como linhas mestras a literatura de Julio Cortázar, as ilustrações do holandês M. C. Escher, os quadros do surrealista belga René Magritte, o jogo de Dom Quixote de la Mancha, a obra de Machado de Assis, os filmes de Eduardo Coutinho e de Alfred Hitchcock, a escrita da canadense Margaret Atwood. E, ao ligar esses pontos, une também num mesmo diálogo artistas como o cartunista Quino, a fotógrafa Cindy Sherman, o escritor irlandês C. S. Lewis ou o poeta brasileiro Antonio Cícero. O título passa pelos questionamentos do século XIX, tempo impregnado pela ideia de superioridade do real. Conta como William Gass cunhou o termo “metaficção” para designar os novos romances americanos do século XX. Ressalta como este mesmo século, com seus impasses e incertezas, viu a expressão “metaficção” ganhar força.