O movimento tropicalista encantou e impactou todo o Brasil na década de 60, mas uma expressão que tenta romper barreiras não pode se limitar a fronteiras geográficas. Christopher Dunn, pesquisador norte-americano, busca entender as especificidades da cultura brasileira em Brutalidade jardim: A Tropicália e o surgimento da contracultura brasileira (UNESP, 276 pp., R$ 37). Trata-se de uma análise diferenciada não só das obras produzidas pelos tropicalistas, mas do momento histórico em que o movimento tomou corpo. Dunn faz questão de trazer uma abordagem completa da Tropicália, buscando já nas expressões artísticas modernistas de 1920 traços que o movimento retomaria quase 40 anos depois, passando pelo nacionalismo da Era Vargas, a bossa-nova, até, finalmente, os conturbados anos da ditadura militar, quando o movimento se inicia. Ao focar nos artistas e suas obras, o autor analisa trechos de músicas como a própria Tropicália, de Caetano Veloso, e Geléia Geral, de Gilberto Gil, da qual empresta um trecho para dar título ao livro.