Mestre da paisagem
PublishNews, Redação, 03/09/2009

Reconhecido internacionalmente como um dos criadores do jardim moderno e admirador da flora brasileira e tropical, o paisagista Roberto Burle Marx foi um homem à frente de seu tempo. Em homenagem ao seu centenário, comemorado dia 4 de agosto, Guilherme Mazza Dourado lança Modernidade verde, jardins de Burle Marx (Senac São Paulo/Edusp, 320 pp., R$ 90). O livro aborda a primeira fase de trabalho de Marx, que se inicia com os jardins públicos do Recife (entre 1935 e 1937) e termina no Parque do Flamengo (entre 1961 e 1965). Conforme o autor, é nessa etapa que o paisagista amadureceu seu vocabulário plástico e ampliou suas pesquisas sobre as plantas nacionais e tropicais.

Dividido em três partes, o título avalia a trajetória de Burle Marx, não sob o ponto de vista cronológico, mas sob a ótica das temáticas que marcaram seu trabalho. A primeira delas é dedicada ao seu interesse pela flora nacional e tropical. A segunda parte analisa a plasticidade dos jardins desenvolvidos pelo paisagista, entre as décadas de 1940 e 1950. No último capítulo, o autor discute o paisagismo como indutor de qualificação de arquiteturas modernas e espaços públicos urbanos. A análise revisita alguns projetos e intervenções que criaram contextos plasticamente elaborados, dialogando com edificações e sítios naturais. O autor avalia também a maneira como Burle Marx valorizava a cultura nacional, capaz de expressar as diversidades naturais, históricas e sociais do país. A obra ainda traz fotos e desenhos - boa parte inéditos - garimpados pelo autor, em várias partes do Brasil, além do escritório do paisagista, no Rio de Janeiro, e a apresentação - pela primeira vez - das especificações botânicas originais dos projetos.
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