Sobre o pensamento racial
PublishNews, Redação, 01/09/2009

“Uma gota de sangue - História do pensamento racial” (Contexto, 400 pp., R$ 49,90), escrito pelo sociólogo Demétrio Magnoli, conta a história de um engano de 200 anos: o tempo da invenção, desinvenção e reinvenção do mito da raça. O nosso tempo. “Raças não existem, mas o mito da raça existe e tem uma influência política muito grande, existe a política da raça”, diz Magnoli. O livro terá lançamento e debate em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira, dia 2, o lançamento será na Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi (Av. Brig. Faria Lima, 2232 – Piso Faria Lima. São Paulo/SP. Tel.: 11 3031-7093), a partir das 19h. Também na capital paulista o autor, ao lado do articulista da Folha de S. Paulo Contardo Calligaris, do advogado José Roberto Militão e do cientista político Bolívar Lamounier participará de um debate no auditório da Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos (Av. Nações Unidas, 4.777. Tel.: 11 3024-3599) no dia 22/09, a partir das 19h. Já no Rio de Janeiro, no dia 30 deste mês, o coquetel de lançamento será acompanhado de um debate com a participação do autor e dos antropólogos Bernardo Sorj, Jean-François Véran e Yvonne Maggie. O evento acontece na Livraria Travessa do Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - loja 205 A. Tel.: 21 3138-9600), a partir das 20h. Todos os eventos têm entrada franca.

Uma gota de sangue conta a história dos personagens que inventaram a raça e a dos que lutaram contra essa invenção; as relações, tensas, entre a ideia de raça e a organização das sociedades ao longo dos séculos. É a história do encontro do mito da raça com a política. Esse encontro que produziu tantas tragédias e continua a marcar o mundo atualmente. É uma história de ideias, de pessoas e de conflitos sociais que até hoje prosseguem. O livro trata de diversas manifestações de segregação no planeta, do Ocidente ao Oriente. No Brasil, a República tinha três anos e a abolição, quatro, quando surgiu o jornal O Exemplo, de Porto Alegre, nosso primeiro órgão de “imprensa negra”. Porém, isso não significou e nem significa que o país está fora dos parâmetros racistas do resto do mundo. Aqui o racismo é subterrâneo, enquanto nos Estados Unidos é escancarado. Demétrio relata todas as grandes lutas, as organizações e os personagens que desde a “abolição” procuraram por igualdade. Quando chega à atualidade, o autor escancara os problemas gerados pelas políticas de cotas raciais e pelo paradigma multiculturalista da raça aplicado ao ensino.
[01/09/2009 00:00:00]