Anjos Brancos - Os bastidores do Real Madrid (Relume Dumará, 324 pp., R$ 44,90, trad. Alexandre Martins), de John Carlin, fala sobre o Real Madrid: um clube que montou uma estrutura de futebol para que seu time fosse como a seleção de todas as seleções de futebol do mundo. Os Anjos Brancos, o time dos Galácticos ou o Florentime começou a ser criado em 2000, quando Florentino Pérez, um magnata da construção civil na Espanha, chegou à Presidência do Real Madrid. Ele veio com um ideário simples, mas também polêmico: um time que reúne as maiores estrelas do futebol, principalmente os craques que inventam as grandes jogadas e marcam muitos gols, é imbatível; este time não precisa de complicados esquemas táticos, porque para ganhar basta o talento dos grandes jogadores, vencedores testados pelo sucesso; mesmo não ganhando sempre, porque o imponderável habita o futebol, a arte e o espetáculo ficam para a eternidade (seleções húngara de 1954 e brasileira de 1982); como o futebol é a maior religião do mundo, com seguidores de todas as idades, sexos, etnias, credos, classes sociais e continentes, um time mundial conquista também uma torcida mundial; o torcedor é um ser absolutamente fiel - as pessoas mudam de marca, mudam de partidos políticos, mudam de cônjuges, mudam de sexo, mas não mudam de time; qualquer grande corporação internacional pagará o que for cobrado para ter o seu nome associado a este supertime que tem uma torcida global. O time mais caro do mundo é o mais barato do mundo.