Mulheres por elas mesmas
PublishNews, 10/05/2006
"Dedico este livro a todas as mulheres que morreram na fogueira, como feiticeiras, ou apedrejadas, como adúlteras. Nos dois casos, vítimas da misoginia, doença velha como o mundo", escreve Leneide Duarte-Plon para a apresentação deste livro. Por que elas são (in) fiéis (Ediouro, 118 pp., R$ 34,90), de Leneide Duarte-Plon, é dividido em duas partes: na primeira, a autora descreve a história de amor entre Simone de Beauvoir e Jacques-Laurent Bost, e inicia a reflexão sobre sinceridade e transparência na relação amorosa. O livro de Beauvoir, O Segundo sexo, texto fundador do feminismo, sustenta até hoje, segundo Leneide, qualquer discussão mais séria sobre a condição feminina. A segunda parte é composta de depoimentos de mulheres. Aqui, 12 brasileiras e francesas falam sobre amor, fidelidade e busca da felicidade. Todas elas pertencem à classe média e representam três gerações. As da primeira geração tornaram-se adultas no início do movimento feminista dos anos 1960 e vivenciaram o aparecimento da pílula anticoncepcional - a grande revolução dos costumes no Ocidente. A segunda geração já se tornou adulta pós-pílula e pós-feminismo - e para estas, a vida amorosa foi mais livre, menos convencional. A terceira geração de mulheres conheceu o amor e o medo ao mesmo tempo: os testes de despistagem do HIV fazem parte de todo novo relacionamento amoroso... e amor sem preservativo é sinônimo de alto risco. Cada depoimento é como um pequeno conto que tem no centro uma personagem feminina real e no qual cada mulher vive o amor e o casamento segundo sua concepção de fidelidade e suas fantasias. Elas amam, são e querem ser amadas, mas também sofrem e se dilaceram por amor.
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