A doação é parte essencial do amor. Ajudar alguém, o prazer que esse gesto proporciona, a necessidade de ser generoso, a cadeia de reações que isso provoca. Há quase mil anos, Maimônides, o filósofo e médico conhecido como Rambam por seus seguidores, analisou questões relacionadas com doação, justiça e obrigação. Naquele momento, surgia a Escada da Caridade. Mas como doar? Como doar com sabedoria? Partindo das questões geradas pelos mais simples atos de caridade, Julie Salamon escreveu A Escada de Rambam (Best Seller, 160 pp., R$ 24,90, trad. Vera Maria Marques), um livro eloqüente que atinge o âmago de um dos mais básicos impulsos: o desejo de doar. A obra começa com o impulso mais elementar, o de doar com relutância, como doa-se a um mendigo na rua, e segue para o topo, um degrau onde a doação capacita o beneficiado a tornar-se auto-suficiente. Ao longo da subida, enfrentam-se questões de confiança, responsabilidade, motivação e limites entre o doador e o necessitado. Com situações reais vividas por presidentes de fundações, assistentes sociais, filantropos e moradores de rua reunidos em um abrigo em 11 de setembro, quando todos se movimentaram para ajudar os sobreviventes da tragédia no World Trade Center, o livro mostra que não somos avaliados pelo que temos, mas pelo que oferecemos.