No alto sertão da Bahia, um homem reencontra suas origens no momento em que a cidade onde nasceu está prestes a desaparecer do mapa, inundada pelas águas de uma barragem. Este é o ponto de partida de Rios Sedentos (Nova Alexandria, 64 pp., R$ 22,50), ficção juvenil de Roniwalter Jatobá. O livro lança a Coleção Viagem Literária, da Nova Alexandria, cuja a proposta é acompanhar o jovem leitor em novas jornadas, apresentando livros com temáticas, estilos e apresentação gráfica que respeitam a fase de transição deste leitor entre a literatura infantil e a juvenil propriamente dita. Narrada na perspectiva de um adolescente, a história retrata, em linguagem objetiva e densa, o descaso do poder público com a memória histórica dos longínquos povoados nordestinos. Trata-se do relato comovente da viagem de Eduardo, um baiano de meia idade que volta às raízes sertanejas acompanhado do filho Fernando, um jovem paulistano. Eduardo quer mostrar ao filho uma parte do seu passado no velho lugarejo Bananeiras, antes que as águas de uma represa afoguem as esquinas, a igreja, o riacho onde pescara, a casa onde crescera. Nesta aventura pelos desconhecidos caminhos do sertão, onde se opõem passado-futuro, capital-interior, sudeste-nordeste, mar-sertão, Fernando encontra a avó Maria, que simboliza os valores da tradição e da cultura regional.