Um mundo sob a vigilância constante do Estado
PublishNews, 20/04/2006
Muito se comentou sobre O peregrino (Rocco, 498 pp., R$ 59,50, trad. Alyda Christina Sauer) quando ele foi lançado nos Estados Unidos. O livro recebeu elogios dos críticos, sendo comparado ao cultuado romance 1984, de George Orwell, com seu notável Big Brother, e à trilogia Matrix. John Twelve Hawks apresenta grandes teorias sobre livre arbítrio e determinismo, controle da sociedade e dimensões alternativas, enquanto impressiona seus leitores com um conhecimento que vai desde o Novo Testamento à complexa teoria das cordas, amarrado numa prosa com imagens poéticas que faz lembrar Ray Bradbury ou Philip K. Dick. Além de trazer uma temática instigante - um mundo onde as pessoas estão sob a vigilância constante do Estado - O peregrino também chamou a atenção da mídia por outro motivo: o autor é um fantasma. Ninguém teve contato direto com John Twelve Hawks (que não é o nome verdadeiro do escritor e, traduzido para o português, seria algo como João Doze Falcões), nem mesmo seus editores americanos e seu agente. Ele vive "desconectado" e recluso do mundo propositadamente, para evitar ser monitorado pelo governo norte-americano, que, segundo Twelve Hawks, usa a tecnologia para rastrear cada passo das pessoas. Todos garantem, no entanto, que ele é real, não um golpe promocional, e que se trata de um escritor estreante.
[20/04/2006 00:00:00]