É no chegar da noite nas aldeias indígenas que os sábios narram as histórias de sua gente e de tudo que o cerca. Relatam em suas narrativas os significados de seu mundo, de suas crenças e da origem de seus povos. Os filhos do sangue do céu e outras histórias indígenas de origem de Daniel Munduruku com ilustrações de Rosinha Campos (Landy, 64 pp., R $ 30), recomendado para crianças a partir de 7 anos, apresenta algumas de significado ancestral: o começo das coisas, a origem do mundo para esses povos. Como surgiu o homem na terra? Do sangue do céu, diz a narrativa. Um trovão potente partiu-se em dois, feriu o céu... Surgiu desse drama o homem. Um acontecimento natural desencadeou o surgimento das coisas. E assim poeticamente as histórias relatam a origem de tudo que é importante para o povo indígena: o milho, a mandioca, o fogo. Vários povos - o Tariano, o Apinajé, o Tembé e o Caiapó - passeiam nessas histórias contando sobre a origem do mundo, do seu povo e de todas as coisas que lhe cercam e lhe são fundamentais para a satisfação da existência. Essas histórias são recontadas por um indígena. É isso que as torna mais autênticas. Quem poderia contá-las em sua natural espontaneidade senão aquele que é filho do povo indígena? Daniel Munduruku nasceu no Pará, pertence ao povo munduruku, transita entre nós para contar-nos e ensinar-nos de seu povo. Considerado aqui e no exterior, recebeu muitos prêmios pelos vários livros que escreveu e por sua atividade em favor dos povos indígenas.