O que a guerra não tira da gente
O Estado de S. Paulo, Jotabê Medeiros, 21/08/2005
Todo jornalista sabe quem é José Hamilton Ribeiro. Nas faculdades de jornalismo, nos papos de botequim, nos cafés das redações; não há um desses recantos onde o nome dele já não tenha sido pronunciado. Ele cobriu a Guerra do Vietnã para a extinta revista Realidade, em 1968, deixando parte de uma perna lá. Nos últimos anos, ele é um dos repórteres que esquadrinham plantações, pastagens e invernadas no Globo Rural, tomando café com peões na estrada do Pantanal ou repartindo um pão com um colono alemão na neblina da paisagem de Santa Catarina. José Hamilton agora está lançando um livro em que se esmera na arte de contar bem uma história - o detalhe é que nessa história ele é um personagem central. O Gosto da Guerra (Objetiva, 144 pp., R$ 24,90) é um diário no qual ele relata aquela sua experiência no conflito, e foi publicado em 1969. Estava esgotado e é reeditado acrescido das impressões do autor no regresso àquele país, 30 anos depois.
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