Calígula: encantador na infância, tirano no Império
PublishNews, 30/06/2005
Gaio Júlio César Germânico, um dos mais cruéis imperadores romanos, entrou para a História com o apelido que recebeu de seus soldados: Calígula. O reinado foi breve e mareado por sua instabilidade mental - há relatos de orgias, devassidão sexual e delírios de grandeza. O soberano desejava que o povo romano tivesse uma cabeça apenas... para decepá-la de um só golpe! "Que me odeiem, mas que me temam", dizia. Sua insânia chegou ao ponto de levá-lo a dar o título de cônsul a seu cavalo Incitatus. No entanto, na infância, Gaio era um menino encantador. Adorava posar com seu uniforme de pequeno legionário, brandindo a espada de brinquedo à frente dos centuriões. Extremamente culto, falava grego, tinha estudado filosofia e história e dominava a arte retórica. No comando do Império, perdoou endividados, suspendeu impostos e revogou penas de banimento, permitindo que exilados voltassem para Roma. Os aspectos contraditórios deste personagem extremamente complexo são retratados pelo jornalista Allan Massie, em Calígula (Ediouro, 280 pp., R$ 34,90). O autor aborda todos os ângulos da personalidade e da vida do biografado, levando o leitor até o palco dos acontecimentos, de modo a testemunhar a decadência e a corrupção que acabaram destruindo o todo-poderoso Império Romano.
[30/06/2005 00:00:00]